25 de abril de 2010

Viva o 25 de Abril

Passados 36 anos, este não é, seguramente, o Portugal em que desejaríamos viver.

Há que lutar!

2 comentários:

Anónimo disse...

“Trinta e seis anos”

Trinta e seis anos Abril madrugada
Ruas cheias, cravos na espingarda,
Mandado às urtigas regime mal amado
Má a memória de quem foi torturado;

Conquistas muitas e ilusões mil
Muitos já sonham com o novo Abril,
Do primeiro resta lindo foguetório
E na manhã seguinte grande oratório.

Pagamos agora a quem mal nos governa
E já Amália não temos p’ra nos distrair
Com a bolsa vazia uns tintos na taberna,

Dos outros falando limpam aos milhões
Muitos mais que antes e mais hão-de vir
São vidas faustosas e lautas refeições.

Anónimo disse...

“Lenine”

O nosso presidente descobriu hoje que na nossa sociedade persistem desigualdades sociais e existem casos imerecidos de riqueza que chocam e tudo o mais que ele sabe e que ele sabe que nós sabemos e não disse, um outro ilustre parlamentar citou Lenine dizendo que “uma organização morre quando os de baixo não querem e os de cima já não podem” e no final acabam todos a elogiar-se mutuamente, até parecem saídos do mesmo saco.

Todas estas descobertas e acontecimentos recentes remetem-me para os anos sessenta quando ouvíamos dizer que estávamos atrasados cinquenta anos em relação aos EUA, nós tinhamos a rádio eles tinham a TV a preto e branco, nós tinhamos a TV a preto e branco, eles tinham a TV a cores, os nossos automóveis eram económicos e pequeninos os deles eram grandes bombas e gastavam até mais não, isto tudo relativamente aos aspectos tecnológicos.

E ouvíamos simultaneamente dizer que a terra do tio Sam era terra de oportunidades, mas só quem tinha dinheiro tinha protecção social, os demais que se amanhassem e que nós aqui tinhamos a sorte de ter um estado social muito evoluído, aqui por sua vez os salários de todos em geral eram baixos, não existindo grandes desigualdades, enquanto lá já havia gestores muito bem pagos, mas quem trabalhava também era bem remunerado, embora o leque salarial fosse mais alargado.

Nos dias de hoje com a velocidade a que a informação flui e os bens de consumo são escoados as diferenças tecnológicas esbateram-se por completo, quanto às outras diferenças se antes caminhávamos em contra ciclo, a coisa agora parece manter-se mas eles na curva ascendente e nós na descendente.

Enquanto por lá parecem ter tomado uma maior consciência social e querem alargar o espectro desta protecção, também a nível salarial parecem querer conter mais as desigualdades pois quem trabalha aufere bons salários e os de topo não estão tão afastados, já nos automóveis buscam cada vez mais a economia enquanto antes isso nem sequer constituía uma preocupação.

Por cá parece andarmos a querer reduzir o nível das prestações sociais e o seu espectro de aplicação, relativamente aos salários dos de cima e dos de baixo nem é bom fazer comparações e já nos fazemos transportar em grandes bombas, sinais dos tempos, será talvez por que pensamos caminhar para a vida eterna organizacional, isto à luz da citação de Lenine, pois os de cima podem tudo, é a falta de vergonha completa e os de baixo já não podem mais.