30 de janeiro de 2008

à procura de "coisas" positivas

Por vezes pode parecer que falamos muito de coisas negativas. Será que nos andamos a esquecer das coisas positivas?
Para dissipar essa dúvida concentrámos os nossos esforços na busca de coisas positivas.
Felizmente não tivemos que procurar muito!
Vem a propósito a "alteração da estrutura orgânica e do quadro de pessoal" da CMAS, apresentada e assinada pelo Sr. Presidente Arqº Pedro Paredes. Julgamos que o documento seja de Dezembro de 2007. Não lhe vislumbramos a data. Não por falta de vista mas por falta da data em concreto. Possivelmente trata-se de uma redução de custos, ou seja, de uma redução de défice. Se assim for deve ser uma coisa positiva.

Sintetizando, referimo-nos ao documento que apresenta uma nova organização para a Câmara. O que é uma coisa positiva, visto ser urgente inverter este abominável estado de estagnação.

E é uma coisa positiva porque confirma que, depois de mais de dois anos a trabalhar, o executivo camarário descobriu que precisava de mudar. Ou seja, andou-se mais de dois anos a trabalhar com uma estrutura desajustada. Os resultados à vista comprovam-no. Diz o ditado que mais vale tarde do que nunca. Donde podemos concluir que negativo negativo era, passado este tempo todo, o executivo ainda não ter descoberto a grande evidência: assim não vamos lá!

Então que se mude o que está mal. E começou-se a mudar por aqui, o que é uma coisa positiva.

Os processos de mudança são complexos e requerem pessoas capazes na sua condução. Caso contrário cai-se no vulgar processo de intenções e não se sai daí. De intenções está o inferno cheio...e não só! Afinal este processo de mudança leva-nos para onde? Vejamos.

O que muda? O que traz de novo esta organização?
À primeira vista traz mais umas quantas "Divisões" e com elas mais uns quantos chefes de divisão, acompanhados por... Bem, se é para crescermos deve ser uma coisa positiva. Para confirmar esta hipótese lemos atentamente a justificação para esta mudança, apresentada por Pedro Paredes - ponto 4 da deliberação - em que afirma:

"Quanto às alterações de pessoal, as necessidades sentidas passam pela melhor adequação das tarefas às funções exercidas, e pelo incremento das condições necessárias para beneficiar a eficácia e a eficiência dos serviços municipais, procurando aumentar os quadros superiores e técnicos deste Município."

1ª conclusão: há um fundamento, o que é uma coisa positiva e nem sempre acontece;

2ª conclusão: a "adequação das tarefas às funções exercidas" em vez da adequação das tarefas às necessidades de desenvolvimento de Alcácer do Sal já não nos parece positivo...Afinal o que está em causa nesta re-organização é o Município ou são as funções exercidas pelo pessoal?

3ª conclusão: fundamentar esta mudança "procurando aumentar os quadros superiores e técnicos deste Município" em vez de procurando novas soluções que sustentem um desenvolvimento continuado deste Município ? Isto já nos parece claramente negativo...por muito esforço que façamos na busca de aspectos positivos. Mais do que isso: cheira-nos a escândalo!
E porquê? Porque isto, traduzido à letra, é criar jobs para boys em vez de criar estruturas para tirar Alcácer deste abominável estado de estagnação!

Tudo isto é feito à custa dos impostos que todos nós pagamos...e é apresentado como algo de muito positivo! O que até é verdade, mas apenas para alguns boys.
A alteração da estrutura funcional da CMAS era, e continua a ser, urgente e necessária. Mas uma alteração que tenha como objectivo promover o desenvolvimento económico e social, a criação de emprego, a segurança e a estabilidade nesta terra maravilhosa. Assim não. Assim não vamos lá!

Alcácer merece mais!

Nota 1: as citações apresentadas foram extraídas da "proposta de deliberação nº022/gap/2007 ao executivo da Câmara", assinada por Pedro Manuel Igrejas da Cunha Paredes e aprovada em reunião de Câmara e em Assembleia Municipal em Dezembro de 2007.

Nota 2: atendendo à importância do tema, comentaremos em breve algumas questões particulares desta nova estrutura orgânica.




um exemplo caricato da adaptação de uma tarefa a uma função

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