20 de setembro de 2008

mais disparates...

Não há Obra que se veja em Alcácer do Sal.
É triste mas é verdade.
Mas há obrinhas.
Disparatadas.
Onde se destaca a falta de visão e a incapacidade da equipa do Sr. Paredes.
Vejamos.
Fizeram, este verão, uma intervenção na marginal.
Foram colocados pinos num dos passeios.
Eis um exemplar:


Há poucos meses atrás, a mesma equipa do Sr. Paredes colocou, no mesmo local, uns pinos diferentes. Ainda lá estão, no passeio do outro lado. Estes pinos têm um design completamente diferente. Vejam a imagem e comparem os dois lados da via:



Actualmente temos pinos verdes, com um design duvidoso, num dos passeios da marginal. E, no passeio oposto, temos pinos em inox. Do ponto de vista estético esta solução é um perfeito disparate. Não faz sentido. É aberrante.



Isto é como ter um carro com pneus Pirelli dum lado e pneus Mabor do outro...

Qual o valor acrescentado daqueles pinos verdes?
Sim, o que é que vamos ganhar com aquilo?
Por acaso havia carros a invadir aquele passeio? Não, não havia.
A mudança dos pinos deveria estar integrada numa intervenção global que aquela via tanto necessita. Mas não, não foi isso que aconteceu.
Mais um retalho.
Mais um remendo.
Mais desperdícios...
Há coisas muito mais importantes que ficam esquecidas.
E que deviam ser alvo de intervenções concretas.
Na marginal também.
Damos exemplos concretos:

1. O passeio junto ao rio é demasiado estreito. Não permite que dois peões caminhem descontraidamente lado a lado. É um exercício de perícia duas pessoas cruzarem-se no passeio sem invadirem a estrada. Circular exclusivamente no passeio, para quem se desloca numa cadeira de rodas ou com um carrinho de bébé, é impossível. Estamos a falar de um dos mais nobres locais duma cidade que quer desenvolver o turismo...e promover a segurança! É necessário alargar o passeio.

2. A circulação rodoviária no local é caótica. Nas horas de ponta circula-se mais devagar na marginal do que na maioria das ruas de Lisboa... A circulação frequente de grandes camiões é claramente desajustada (há alternativas para os veículos pesados; há alternativas para a areia). É necessário regular o trânsito.

3. O estacionamento em segunda fila é frequente, o que causa inúmeros transtornos e diminui as condições de segurança. É necessário criar alternativas e regula-lo.

4. Não existem condições para a circulação em segurança de bicicletas. Ou seja, para a utilização de meios de locomoção não poluentes. É necessário criá-las se realmente se quer proteger o ambiente, melhorar a mobilidade e desenvolver o turismo natureza.

5. Não existe uma manutenção cuidada da área. Os buracos no asfalto levam muitas semanas a ser tapados... É necessário rever o plano de manutenção da cidade.

6. Não existem ideias concretas, integradas num projecto que satisfaça os objectivos de desenvolvimento do Concelho. É necessário encontrar uma equipa que o consiga fazer. A equipa do Sr. Paredes já mostrou que não tem capacidade para tal.

19 de setembro de 2008

Alcácer merece mais!


Este buraco nasceu e cresceu durante este verão na marginal de Alcácer do Sal.
Atingiu uma dimensão assinalável. Ninguém impediu o seu crescimento. E assim ficou.
Tanto tempo... à espera que o apagassem dum dos locais mais nobres da cidade.
Tanto tempo...
Porquê?
O projecto de execução era complexo?
A processo de cabimentação revelou-se difícil?
Terá sido necessário abrir um concurso para a execução da obra?

...ou foi apenas...

desleixo,
incapacidade,
insensibilidade...

Não sabemos.
Mas não temos dúvidas - Alcácer merece ser melhor tratada!

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NOTA:
Para avaliar melhor o diâmetro do buraco, compare-o com a altura dos pinos colocados junto ao lancil do passeio.

18 de setembro de 2008

a complexidade dos 50$52, ou seja, 0.252€

Visitamos Espanha.
Hoje.
Sentimo-nos enganados.
Não pelos Espanhóis.
Em Espanha fomos sempre tratados com respeito e consideração. O que é normal.

Aconteceu que, ao passarmos a fronteira, parámos numa bomba de gasolina da Galp. Fomos abastecer o veículo.
Como o carro funciona a gasolina, escolhemos a mais barata, sem chumbo 95.
Pagámos 1,206€ por litro.


__________Bomba da GALP em Espanha



Tabela de preços em vigor na Galp em Espanha, colocada à entrada da bomba, de forma bem visível


Regressados a Portugal, no mesmo dia, voltamos a parar numa bomba da Galp.
Procurámos a tabela de preços. Encontramo-la ao fundo da bomba, a um canto...


__________Bomba da Galp em Portugal


Verificamos que a mesma gasolina -sem chumbo 95- vendida pela Galp em Espanha a 1,206 €, custava na Galp em Portugal 1,458 €.


__________Tabela de preços praticados pela Galp em Portugal
__________Preços significativamente mais altos, sem excepção


Sentimo-nos enganados.
Como é que Você se sentiria?
Em Portugal paga-se mais 50,52 Escudos por litro, ou seja, mais 25,2 cêntimos por litro! 21% mais!
Num depósito de 50 litros a diferença é superior a 12,50 €uros!

Porquê?
Para ajudar o desenvolvimento do País?
Não, certamente que não é.
Para auxiliar as famílias Portuguesas que atravessam inúmeras dificuldades? Seguramente que também não.
Tudo isto se deve à diferença nos impostos aplicados entre Portugal e Espanha? Não, essa não é a única razão. Há dinheiro que vai parar a outros bolsos...
E quem anda a ganhar com este negócio?
Poucos. Muito poucos.
Há, em Portugal, cada vez menos a ganhar cada vez mais, muito mais.
À custa de quem?
Da grande maioria dos Portugueses, claramente.

E perante este cenário, que nos é dado a observar?

Que há uma dita autoridade da concorrência que diz que vai analisar profundamente a questão.
Que terá andado a fazer a dita autoridade até agora? (visto que este problema se arrasta há imenso tempo).
Para que é que lhes andamos a pagar salários se não têm o seu trabalho em dia? O tempo das facilidades não acabou, como dizia um nosso governante?
Certo é que ninguém consegue entender a razão de tamanha apatia. Ou será inoperância? Se eles acham que está tudo bem, expliquem os fundamentos dessa posição. Disponibilizem já, a todos os Portugueses, os dados que fundamentam as suas posições. Não nos peçam é para, uma vez mais, continuarmos a esperar.

O Governo começou por dizer que não pode interferir na questão dos preços dos combustíveis.
Sentir-se-ão incapazes?
Ou será que só conseguem mostrar a sua força perante os mais fracos e os mais desprotegidos (leia-se os Portugueses comuns)?
Entretanto há um ministro que, esta semana, apela à descida dos preços dos combustíveis. E, no dia seguinte, o preço sobe! O que deixa a nú a triste realidade de que o poder político anda subjugado ao poder económico...
No início deste milénio os preços eram regulados. Agora não são. Entretanto a situação piorou a olhos vistos. Com impacto directo no desenvolvimento do País. Porque não se resolve o problema?
Porque não se limita a ganância do poder económico?
Porque se sacrifica todo um povo em benefício das empresas?
Porque se desprezam as pessoas?

Cavaco Silva veio hoje dizer que este problema é complexo e que é necessário esperar...
Complexo? Mais tempo? Até quando? Porquê?
Ou há explicações concretas e objectivas que justificam estes preços ou somos levados a pensar que nos escondem alguma coisa. Costumam chamar-lhe especulação. Um amigo nosso chamou-lhe roubo. Mascarar comportamentos duvidosos com o monstro da complexidade faz-me lembrar a história do papão com que se assustam os meninos...
Expliquem-nos a complexidade dos 25 cêntimos de diferença em cada litro de gasolina. Nós saberemos entendê-lo. Porque complexo, complexo, é entender a desculpabilização de tamanha injustiça, que já ninguém consegue esconder.

Durão Barroso, numa rápida passagem no governo do Portugal de Tanga, liberalizou o preço dos combustíveis. Dizia ele que, com esta ilustre medida, a competitividade do sector aumentaria. O que dinamizaria a economia e baixaria os preços no consumidor final. A realidade mostra o contrário. Durão Barroso enganou-se, foi enganado ou enganou-nos?

Factos.
Em Agosto o preço do petróleo rondou os 140 dólares.
Esta semana cotava-se a 92,55 dólares (dia 15 - Londres).
Uma variação aproximada de 30%.
Porque razão este facto não se reflecte, teimosamente, nos postos de abastecimento?


Vá lá, não compliquem o que é simples!
Deixem-se de chavões.
No preço dos combustíveis não há nenhuma complexidade extraordinária.
O que há é outra coisa...


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NOTA:
Outros dados, relativos à variação dos preços dos combustíveis, estão disponíveis noutros artigos publicados no Alcácer do Sol. O impacto da cotação do Euro relativamente ao dólar são apenas um exemplo.

13 de setembro de 2008

futebois...


A CMAS deu ao Atlético, há menos de um ano, 54.000,00€ celebrando um Contrato Programa. Este valor foi definido em função do orçamento do Atlético. Orçamento que tinha por base o plano de actividades do clube.

Na semana passada a CMAS decidiu dar ao Atlético Clube Alcacerense um novo apoio financeiro, no valor de 4.000,00€, para "minorar os custos do plano de formação desportiva na área do futebol".

Não tivemos conhecimento de nenhuma actividade adicional ao plano de actividades do Atlético inicialmente definido. Nem conseguimos entender a razão deste desvio, superior a 7%!

Os trabalhadores da CMAS também terão aumentos salariais adicionais de 7%?

Poderíamos aceitar pacificamente a atribuição deste reforço financeiro se fossem conhecidas as razões que o justificaram:
Qual a razão para um crescimento da despesa de 7%?
Qual é o valor acrescentado que este reforço financeiro deverá gerar? Há ou houve actividades adicionais? Quais, quando e porquê?
Os objectivos definidos para a época passada foram superados?
Não conseguimos ser esclarecidos. Nem sequer no site da CMAS, onde este facto vem noticiado.

Julgamos que o dinheiro dos nossos impostos deveria ser gerido duma forma mais rigorosa e mais transparente. Não seria difícil.
Com a vantagem de ser muito melhor para todos, em especial para quem usufrui do benefício - o nosso Atlético!



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Nota:
O futebol era gratuito para os jovens de Alcácer do Sal.
A situação mudou com a entrada do actual executivo.
Os praticantes passaram a pagar 20,00€ por mês...para além duma inscrição de 50,00€. Que compartidas adicionais foram dadas aos jovens praticantes após a introdução destes pagamentos?

regresso à escola



Começou um novo ano lectivo.
De acordo com a promessa do Sr. Presidente Pedro Paredes, a Escola dos Açougues deveria ser encerrada no final do ano lectivo 2007/2008.
Ainda de acordo com a mesma promessa, no ano lectivo que agora começa - Setembro de 2008 - já deveriam estar terminadas as obras de expansão da Escola do Morgadinho. O que permitiria a transferência das duas turmas dos Açougues. Para além da criação de outras duas salas para o pré-escolar.

As obras nem sequer começaram... Os alunos, esses terão que esperar.

Que justificação haverá para esta omissão?

Estranhamos esta forma de estar na vida.
Se não conseguem cumprir as suas promessas, porque as fazem?
Quem pode confiar naqueles que não honram a sua palavra?


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Nota:
Porque será que as coisas acontecem quando se trata das feiras e das festas e deixam de acontecer noutros sectores - neste caso a educação?
Que estratégia estará por trás destes factos?
Triste forma de definir prioridades...
Alcácer merece mais!

12 de setembro de 2008

para que serve o poder?


Cavaco Silva anda muito activo.
No final de Julho falou aos portugueses sobre os seus poderes.
Hoje deu uma entrevista ao Público com destaque para os seus poderes. Logo a seguir voltou a falar aos media para esclarecer o seu ponto de vista sobre os seus poderes.
Para quem não lia jornais, estranhamos tamanha discussão de assuntos institucionais na comunicação social.
Daquilo que nos foi possível entender, Cavaco está mesmo preocupado com o poder do Presidente da República. Ou seja, com o seu próprio poder.

A preocupação parece ter a ver com a eventual dissolução da Assembleia Regional dos Açores.
Ou seja, para dissolver a Assembleia Regional, o Presidente da República também seria obrigado a ouvir os representantes eleitos pelo povo Açoriano - o Presidente do Governo Regional, a Assembleia Regional e os grupos e representações parlamentares regionais.
Note-se que a decisão do Presidente nunca deixaria de ser tomada em total liberdade e de acordo com a sua única e exclusiva vontade.
Mas, para Cavaco, ouvir os representantes da população parece ser desrespeitoso.

Como é possível conciliar a rejeição ao diálogo com um Estado que se pretende Democrático?
Haverá alguma relação com o facto de estarmos perante uma pessoa que raramente tem dúvidas e nunca se engana?

Certo é que Cavaco está preocupado com a sua perda de poder.
Nós, os Portugueses, temos outras preocupações.
Mas, a julgar pelas comunicações públicas do Presidente, as preocupações dos portugueses podem esperar.
O importante, nesta altura, é o seu poder. E, sobre este assunto, a sua consciência impede-o de ficar calado. O que já não acontece com muitos outros aspectos da nossa sociedade.
Cavaco mostra-se decidido, falando até na possibilidade de utilizar o veto ou a fiscalização sucessiva do diploma.
Forças de bloqueio?
Todos (excepto os mais novos) nos lembramos, no tempo que governou o País, das suas lamentações contra as denominadas "forças de bloqueio".
Todos nos lembramos dos seus apelos para que o deixassem trabalhar.
E, naquela altura, perante tamanhas adversidades (leia-se forças de bloqueio), foi-lhe possível criar um oásis em Portugal!?
Pena que o oásis não passasse duma miragem - a realidade actual confirma-o.
As desigualdades económicas e sociais são escandalosas. O desemprego é elevado. Os efeitos dos postos de trabalho criados são anulados pelos postos de trabalho destruídos.
O nosso sistema de educação, passados tantos anos, continua a mostrar tantas fraquezas e tantas debilidades. As consequências são visíveis nas qualificações dos nossos recursos humanos e nos resultados gerados - não há meio de nos tornarmos competitivos.
O sector da Justiça continua a não funcionar de forma desejável, com reflexos na criminalidade actualmente instalada (não esquecer os crimes de colarinho branco!).
Na saúde sucedem-se as evidências de erros sucessivos e escandalosos. Realce-se o facto de já ninguém conseguir esconder a falta de médicos - não por falta de candidatos para os cursos de medicina...
Pena que os problemas que dificultam cada vez mais o dia a dia dos Portugueses não seja a primeira preocupação de Cavaco nas suas intervenções públicas.

Mas porquê?
Porque será que as minúsculas restrições ao exercício dos poderes por parte do Presidente da República merecem tanta importância?
Porque se sentirá incomodado em escutar - sim, apenas escutar - as opiniões dos eleitos pelas populações?
Para que quererá Cavaco Silva o poder?
Sim, afinal, o poder serve para quê?


Demonstração de poder no bloqueio da Ponte 25 de Abril, há uns anos atrás



Outro aspecto do uso do poder no bloqueio da Ponte 25 de Abril


Será caso para dizer, porque não trabalhas?

o sol e a peneira



Um cidadão de Alcácer escreveu-nos em nome de Salaciablog e mostrou-se indignado com o Alcácer do Sol.
Aceitamos com naturalidade a diversidade de ideias. Gostamos do diálogo. Defendemos conceitos e apresentamos os nossos argumentos com prazer. Fazemo-lo aqui como em qualquer outro lugar. Cara a cara, se assim o desejarem.

Um dos aspectos que indignou o cidadão em causa foi um artigo do Alcácer do Sol sobre o Pinto Luísa e o Amendoeira. Nós contestavamos a propaganda feita em torno destas embarcações. Porque os Galeões do Sal sempre tiveram velas e mastro. Sem mastro e sem velas, pode haver muitos tipos de embarcações mas não são Galeões do Sal. Isto é um facto. Não é uma opinião.

O Salaciablog afirmava: "dentro em breve o Pinto Luísa vai receber um mastro vindo da Holanda, visto que a madeira tem melhor resistência e adequa-se melhor á função que lhe é destinada ".
Agradecemos a informação.
Pena é que este facto não tenha sido referido no editorial da folha de Alcácer assinado por Isabel Vicente, que serviu de base ao nosso texto. Afirmava Isabel Vicente que o “ Amendoeira e Pinto Luísa – estão novamente de volta às suas gentes com toda a dignidade...

O Salaciablog acrescentava: "quanto às velas, talvez não veja a necessidade elas existirem, pois os barcos devem se tornar mais fácil de navegar com motor do que á vela, e existir velas só como o elemento meramente decorativo, não valeria a pena gastar dinheiro do erário público".

Continuava o salaciablog a afirmar que os artigos do Alcácer do Sol “podem não corresponder á verdade ou então os juízos de valor que efectua não são os adequados”.

Estranhamos a acusação.
Mas estamos disponíveis para tentar entender outros pontos de vista. Basta, para tal, que respondam de forma credível às seguintes questões:

Se não há necessidade de velas para o Amendoeira e o Pinto Luísa, para que servirão os mastros?

Se as velas são elementos decorativos, um mastro sem velas é o quê?

Se o mastro é um elemento decorativo, porque é que foram comprar um à Holanda de forma a garantir que se adequasse melhor à função que lhe é destinada? Para se adequar melhor a funções decorativas?

Isabel Vicente não destacou a recuperação dos galeões e a sua dignidade? Então porque recuperam apenas uma parte da embarcação? Porque desprezaram aspectos carregados de simbolismo – as velas? Qual foi o critério? Que processos de decisão fundamentaram uma opção que contradiz o discurso oficial da equipa Paredes? Onde está o rigor histórico e a defesa do nosso património quando se amputam as velas das embarcações históricas de Alcácer do Sal?

Onde está o estímulo ao turismo ambiental com barcos à vela sem velas, movidos a motor?

Que razão para estarem agora tão preocupados em poupar dinheiro do erário público se, nestes quase 3 anos, têm desperdiçado tantos recursos em festas, feiras, disparates e aberrações?

Vá lá. Não tentem tapar o sol com a peneira.

11 de setembro de 2008

não há só gaivotas em terra

11 de Setembro de 2001 foi o dia mais marcante deste século. Foi há 7 anos.
Aconteceu aquilo que poucos ou nenhuns imaginavam que pudesse acontecer.
Mas aconteceu.


As consequências desses factos ainda hoje se fazem sentir com muita intensidade. E continuarão a fazer-se sentir por muitos mais anos.
Alguém ganhou alguma coisa com isto?
Talvez. Mas foram poucos, muito poucos. O que não os impediu de ganhar muito...muito mesmo!
Falamos, por exemplo, dos donos da indústria da guerra. E não só.
Aprendemos alguma coisa com isto?
Certamente.
E o que fizemos com os ensinamentos tirados destes acontecimentos?
Esta é uma resposta que deixamos para os historiadores.
No entanto não podemos deixar de realçar que o mundo está mais inseguro, que as soluções militares não alcançaram resultados positivos e que vivemos uma crise mundial em vários domínios - económico, social, religioso, ambiental, energético, alimentar e político.
Não é disto que nós precisamos.
Mas é isto que nos é imposto por uma minoria de gananciosos.
Que não entendem que a vida vai muito mais além das fronteiras que eles erguem.
Porque,

Eles não sabem nem sonham
que o sonho comanda a vida
e cada vez que o Homem sonha
o Mundo pula e avança... [António Gedeão]

Pois é,

vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar... [José Afonso]

10 de setembro de 2008

gato escondido com o rabo de fora?

A folha de Alcácer nº41, de Agosto/Setembro de 2008, aborda um plano de expansão para a ZIL.
Que é imprescindível expandir ou duplicar a ZIL é um facto inquestionável.
Que é imprescindível gerir melhor todo o espaço da ZIL é igualmente inquestionável.
O que não é inquestionável é a forma escolhida para alcançar estes objectivos.

A informação contida no artigo resume-se em 3 pontos:



  1. Existe um terreno de 43.639 m2, avaliado em 700.000,00 € que é cedido pelo seu proprietário à CMAS. O preço unitário corresponde a 16 €/m2; 3.200$00 /m2 no antigo Escudo ( 700.000 / 43.639 = 16 )

  2. Por sua vez, a CMAS executa as infraestruturas de loteamento industrial nesse espaço. Custo previsto: 550.000,00 €.

  3. Os lotes assim gerados deverão ser cedidos a empresas interessadas em instalarem-se no local. Em compensação pela cedência do terreno, o actual proprietário receberá 50% do valor de alienação de cada lote.

    Analisemos agora a informação disponibilizada.


  4. É legítimo pensar que o dono do terreno não negoceia para perder dinheiro. Assim sendo, a cedência da sua propriedade deverá gerar-lhe um retorno mínimo de 700.000,00€ (valor actual do terreno) *

  5. Se os 700.000,00€ de retorno pela cedência do terreno representam 50% do valor de alienação, então o valor de alienação total é de 2 X 700.000,00 = 1.400.000,00€.

  6. O terreno tem 43.639m2. É aceitável assumir que cerca de 20% do terreno seja consumido em arruamentos, parqueamentos, passeios, etc. (domínio público). Restando então uma área útil a disponibilizar para a indústia de aproximadamente 34.900m2.

  7. Donde se pode concluir que o valor mínimo de alienação dos lotes industriais rondará os 40 €/m2 (1.400.000,00€ / 34.900 m2 = 40 €/m2)

  8. Por outro lado, a CMAS recebe os restantes 50% da alienação do terreno (não são mencionados outros parceiros no negócio). Ou seja, factura 700.000,00€. Entretanto gastou 550.000,00€ em infraestruturas. Isto gera um lucro de 700.000 – 550.000 = 150.000€!

    Que conclusões tirar destes factos?

    1. A CMAS prepara-se para ceder terrenos industriais a cerca de 40 €/m2. O que é imenso. Note-se que o terreno em causa está avaliado em 16€/m2... e que há inúmeros outros Municípios a cederem terrenos industriais a 1€/m2, um valor apenas simbólico. É assim que o actual executivo quer atrair empresas?
    2. Neste processo de expansão da ZIL, a CMAS obtem lucros... quando a ideia transmitida é atrair empresas... Será que necessitam de mais dinheiro para gastarem em festas e feiras?
    3. Todos os resultados aqui apresentados derivam unica e exclusivamente da informação publicada na 1º página da folha de Alcácer nº41. Se estes resultados não correspondem à realidade é porque há dados muito importantes que foram omitidos. E então, das duas uma: ou se enganaram uma vez mais (o que é habitual) ou há gato escondido com o rabo de fora. Cabe à CMAS, em especial ao Sr. Paredes, esclarecer este negócio perante os Munícipes.

    .................................................
    (*) Para simplificar as contas, vamos assumir que não são contabilizados juros. Note-se que o terreno nunca será alienado antes de decorrido um ano – preveêm 6 meses para iniciar as obras mais 6 meses para as executarem. Há que notar que a regra em vigor é “não cumprir os prazos”...

8 de setembro de 2008

não o guardem na gaveta

A 8 de Abril de 2008, a CMAS assinou um contrato com a Parque Expo SA para elaboração dum Estudo de Enquadramento Estratégico para o concelho de Alcácer do Sal.

Na cláusula 5ª desse contrato lê-se: "o prazo de duração da prestação de serviços de elaboração do Estudo de Enquadramento Estratégico objecto do presente contrato é de 4 meses a contar da data da entrega dos documentos identificados na alínea a) da cláusula 5ª".

Estão passados 5 meses desde a assinatura do contrato.

Um mês é suficiente para a CMAS entregar à Parque Expo SA os documentos necessários à realização do estudo.

Pelo que o trabalho já deverá estar terminado.

Trabalho esse que poderá ser útil ao próximo executivo autárquico.

Pelo que propomos a sua divulgação e discussão pública.
Porque todos nós queremos saber o que se está a planear para a nossa terra. Temos esse direito! Haverá quem tenha sugestões para apresentar. Outros terão dúvidas para esclarecer. É assim a democracia.
Não podemos continuar a perder tempo!
Temos que ser rápidos e eficientes na busca de soluções que dinamizem o nosso Concelho.
Temos que tirar Alcácer do Sal deste abominável estado de estagnação. Já basta de medidas avulsas, em que as festas abundam e as acções estruturais escasseiam.
Rentabilizemos da melhor forma os 110.000,00 €uros investidos.

A continuarmos como até aqui, não vamos lá!

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NOTA:
Na folha de Alcácer nº 36 de Abril/Maio 2008 foi publicado um artigo sobre o "Estudo de Enquadramento Estratégico do Concelho de Alcácer do Sal" onde se pode ler:

"Este estudo é, aliás, fundamental...de pouco vale que se apontem centenas de ideias interessantes, mas avulsas, sem que sejam integradas e estruturadas com projectos credíveis..."

Estas afirmações confirmam tudo aquilo que temos vindo a dizer.

O executivo acabou por assumir que andava a trabalhar duma forma não estruturada e sem uma visão integradora dos variados aspectos inerentes à nossa terra. O executivo confirmou também que não tinha capacidade para levar a tarefa a bom termo. A contratação da Parque Expo para executar este trabalho comprova-o.

Pena que tenha levado tanto tempo a perceber o que era evidente...

Mas mais vale tarde do que nunca.

Resta-nos agir de forma a recuperarmos todo este tempo perdido!

7 de setembro de 2008

desaparecimento

Está desaparecido, desde o ano passado, um poste de iluminação pública.


Ele estava instalado no entroncamento da variante da Ameira com a antiga Estrada Nacional nº5, junto ao restaurante Leonardo.

No local ainda se podem ver os seus antigos companheiros de iluminação pública, assim como os destroços comprovativos da sua anterior existência.

Como já decorreu mais do que o tempo necessário para a respectiva operação de manutenção, fazemos aqui um apelo a quem gere a nossa cidade:

  1. se o poste não faz falta, arranjem o passeio e acabem com a iluminação pública em Alcácer (sempre se poupam uns Euros que as festas e as feiras são dispendiosas)

  2. se a iluminação pública é necessária, façam manutenção daquilo que existia e coloquem ali um poste novo

Estamos certos de que a apatia e a indiferença perante os acontecimentos não é, em situação alguma, a atitude correcta e desejável.

E mais vale tarde do que nunca!

Bora lá mudar... e

6 de setembro de 2008

défice cultural


“Hoje, estes galeões do sal – Amendoeira e Pinto Luísa – estão novamente de volta às suas gentes com toda a dignidade que merecem. Recentemente recuperados, numa intervenção onde a autarquia investiu mais de 200 mil euros...”
afirmou Isabel Vicente, vereadora da Câmara Municipal, na folha de Alcácer nº 41 (de Agosto/Setembro de 2008)

Ficamos a saber que a CMAS mudou de rumo e desistiu da ideia de vender os galeões. Felizmente corrigiram o engano em tempo útil. Parabéns! Pena é que muitos dos erros que continuam a cometer não sejam também corrigidos. Mas, mais vale pouco do que nada...

Também ficamos a saber que os galeões foram recuperados e que, por isso, nós pagamos 200.000,00€. Já que se gastou o dinheiro, porque é que os galeões não têm velas? E o Pinto Luísa nem sequer tem mastro?

Estes factos parecem não afectar o executivo camarário, que tanto fala na protecção do nosso património, na nossa identidade cultural, no turismo ambiental, etc... Porquê?

Alguém conhece Galeões do Sal sem mastro nem velas?

Não, ninguém conhece porque isso não há nem nunca houve.

Isabel Vicente considera que os galeões regressaram com “toda a dignidade que merecem”. Enganou-se. Os galeões não estão a ser dignificados. E merecem sê-lo. Porque um Galeão do Sal sem mastro e sem velas é como uma biblioteca sem livros. Ou como um oceano sem água!

Por favor, acabem o trabalho. Já tiveram tempo suficiente para isso.



Post Scriptum

Não estranhamos que Isabel Vicente não se aperceba do nível do seu discurso. Isto é perfeitamente aceitável para quem idolatra Paulo Coelho e tem medo de ficar "electrificada" - sim, electrificada! Mas a culpa não é sua.
Ficou tudo dito quando alguém afirmou, no início deste mandato, que esta equipa era capaz de governar o mundo...

4 de setembro de 2008

memórias tristes das férias

Estas férias estivemos em Paris.
Já lá não íamos há uns anos.
Vimos coisas que, para nós, foram novidade.
E recordámo-nos de Alcácer do Sal. Com tristeza.
.
Falamos do sistema público de bicicletas da responsabilidade da Câmara de Paris.
Vejamos as imagens.
Valem por mil palavras.
Poderão assim perceber mais facilmente os nossos sentimentos.


Este é um dos muitos parques de bicicletas em Paris,
em frente à Câmara Municipal.

O sistema de Paris contempla (do ponto de vista do utilizador)
um quiosque multimédia, as bicicletas e os respectivos sistemas de fixação.
VELIB - o logotipo do sistema de bicicletas de Paris

À noite conseguem-se encontrar parques repletos.


Utilizadoras de bicicletas de Paris 2008 (em cima) e de Alcácer do Sal 2005 (em baixo).


Ao recordarmo-nos da nossa terra, fomos inevitavelmente invadidos por um sentimento de tristeza.
Percebam a razão dos nossos sentimentos através das próximas imagens.

Aqui vemos um dos 14 parques de bicicletas instalados em 2005.
Este projecto foi financiado pela Comunidade Europeia em 80%.
Era composto, do ponto de vista do utilizador, por um quiosque
multimédia , bicicletas e o respectivo sistema de bloqueio.
Funcionava de forma autónoma com recurso a um smart
card (cartão pessoal tipo multibanco com um chip incorporado).


Também havia um parque de bicicletas em frente à Câmara Municipal.
Olhem o destino que lhe foi dado pela equipa do Sr. Paredes:


Em Alcácer do Sal, as bicicletas também tinham um cesto utilitário à frente e também eram digitalmente identificadas.
Ao requisitar uma bicicleta, o sistema registava automaticamente os dados do utilizador, até que a bicicleta fosse devolvida. Esta era uma forma de responsabilizar o utente.
Em Alcácer do Sal também era possível requisitar uma bicicleta num parque e devolvê-la num outro qualquer (os quiosques comunicavam, por GPRS, com um sistema de controlo instalado na abegoaria).


A iniciativa da Câmara em destruir o Sistema de Mobilidade de Alcácer do Sal estendeu-se aos restantes parques espalhados pela cidade e a outros equipamentos integrantes do projecto.

Para destruir este sistema, a Câmara teve que devolver os fundos comunitários - cerca de 200.000,00 €uros!

E ainda teve que suportar os custos de tudo aquilo que não foi comparticipado pela CE, valor que, pela nossa estimativa, se aproxima dos 100.000,00 €uros.

Alcácer perdeu em termos ambientais, turísticos, sociais...

Este parque estava localizado junto à Escola Secundária.

Nesse local resta agora a vista dum outro caso de sucesso desta equipa camarária:
uma escavação arqueológica iniciada e rapidamente abandonada.
Ou embargada? O quê, enganaram-se outra vez?
Outra tristeza...
Uma utilização sui generis para um espaço verde.
Os direitos de autor são da equipa do Sr.Paredes.


Numa época de crise energética e ambiental de nível global, torna-se imperioso alterarmos muitos aspectos do nosso quotidiano. A adaptação às novas condições que a realidade nos impõe obriga-nos a evoluir continuamente. Esta é a forma correcta de enfrentarmos os desafios constantes num mundo em permanente mudança.
É assim em todo o mundo civilizado.
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Paris é apenas um exemplo. Não é nenhuma excepção.
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Excepção é Alcácer do Sal que regride contínuamente.
Excepção é Alcácer do Sal que, a continuar a ser gerida desta forma, fica cada vez mais longe daquilo que todos nós queremos: viver numa sociedade desenvolvida de que nos possamos orgulhar!
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Digam lá se isto não é uma tristeza!
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Nota:
A decisão de destruir o sistema de mobilidade foi uma decisão puramente política. Ou seja, os aspectos técnicos e o funcionamento do sistema foram validados e aprovados pelos representantes da Comunidade Europeia, que se deslocaram várias vezes a Alcácer do Sal. Aliás, esta é uma das condições necessárias para que os financiamentos sejam pagos. Se assim não fosse, não haveria lugar a devoluções de dinheiro pela CMAS. E houve, como está registado em documentos oficiais.

2 de setembro de 2008

Atrasados. Porquê?

A folha de Alcácer nº 41, de Agosto / Setembro de 2008 tenta justificar o atraso nas obras do edifício da sopa.


recorte da folha de Alcácer
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O atraso na execução desta obra já tinha sido alvo de uma notícia do Alcácer do Sol intitulada "Enganaram-se. Outra vez!". É que, de acordo com o painel afixado no local, a obra deveria estar terminada em Junho de 2008. Já lá vão mais de dois meses...
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Imagens do painel afixado na obra
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A Câmara justifica o atraso porque "a cobertura estava em pior estado do que se previa..."
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Mais valia estarem calados...
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Como é possível que a Câmara adjudique uma obra a uma empresa sem antes ter avaliado, rigorosa e detalhadamente, todos os seus detalhes?
Como é possível descobrir que o telhado estava em mau estado só depois da obra começar ?
Atendendo ao estado global do edifício e à sua idade, em que factos se basearam para assumirem que o telhado estava em bom estado no acto da adjudicação?
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Mas a história não fica por aqui.
Ao tentar compor o ramalhete, a notícia acrescenta que o edifício ficará "com melhor isolamento térmico e acústico..." . Acontece que esta acção deriva da aplicação da regulamentação sobre edifícios, publicada em 2006. Falamos do Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios [RSECE] e do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios [RCCTE].
Flores para quê?
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Certo é que o projectado espaço de acesso à internet não está à disposição da população de Alcácer. Porquê?
Consegue encontrar uma razão que não seja... incompetência?
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Post Scriptum
"Damos o nosso melhor a pensar em si" lê-se no painel, com a assinatura da CMAS, afixado junto à obra.
Se isto é o melhor que têm para dar...

para que serve o toldo?


Não sabemos ao certo se é recorde. Mas não nos lembramos de ver 6 chapéus de sol por baixo do toldo do camarão.
De tão caricato, este facto torna-se relevante.
Porque se gastaram recursos numa obra que não cumpre a sua função? Sim, porque se cumprisse a sua função, os chapéus de sol não estariam ali. E a sua utilização contínua demonstra que são imprescindíveis.
O toldo não protege do sol, não protege da chuva, é inestético e está desenquadrado do meio em que se insere.
Como é que isto é possível?
Consegue encontrar outra razão que não seja... incompetência?

1 de setembro de 2008

voltaram a falhar!

A folha de Alcácer nº 41, de Agosto/Setembro de 2008, anuncia o skate park na margem sul.
Nessa notícia lê-se: "está concluido até ao final do mês de Agosto o skate park que a câmara está a desenvolver na margem sul..." (vejam o recorte na figura abaixo)



Ontem, domingo, dia 31 de Agosto de 2008, fomos ver a nova obra, que deveria estar pronta.
Recolhemos algumas imagens, das quais aqui apresentamos uma amostra.
Não são necessários muitos comentários... senão reparem:








As imagens comprovam que a obra não estava terminada.
Afirmaram.
Não cumpriram.
Outra vez...
Como se pode confiar no discurso de quem, repetidamente, não faz aquilo que diz?
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Post Script
  1. Entretanto já houve, naquele local, muitas quedas e até ossos partidos. Há questões de segurança que não podem ser negligenciadas. Pelos vistos são...
  2. A fotografia retirada da folha de Alcácer permite apreciar o enriquecimento paisagístico criado pelo skate park. Reparem no novo enquadramento da imponente igreja de Alcácer. E a vista do casario, na marginal norte, encoberta por uma barreira castanha... Esta é a nova visão da cidade, para quem chega pelo acesso sul, vindo de Grândola ou da Comporta. Para quem se sentia incomodado com o minigolf...