20 de abril de 2008

tristeza

A CMAS contratou uma empresa de Lisboa por 110.000,00 €uros.
Por este valor pretende-se que essa empresa faça uma reflexão estratégica incidindo na definição de uma visão para o município, fundamentada num plano de desenvolvimento...


Acontece que o objectivo do trabalho contratado coincide com aquilo que nós reclamamos para a nossa terra há já muito tempo.

Com esta acção o executivo camarário vem-nos dar razão, uma vez mais. Mas isso não nos dá qualquer alegria. Porque este estudo vai ser iniciado no terceiro ano de mandato. Ou seja, vem tarde, vem muito tarde. Já se perdeu tempo a mais. Com custos elevados para todos nós. E há coisas que já não é possível recuperar.


Por outro lado, ao entregarem o estudo a uma empresa de Lisboa, demonstraram uma grande incapacidade em gerir os recursos existentes no Concelho.

Será que a população de Alcácer do Sal não tem capacidade para definir uma visão para a sua terra?
Será que aqueles que aqui vivem, que lutam todos os dias por uma vida digna, que sentem na pele as dificuldades duma crise económica, social e ambiental, será que esses não conseguirão definir uma visão para o município?
Que o executivo camarário não tenha capacidade para o fazer é, em nossa opinião, um facto evidente. Pelos vistos, os boys que contrataram também não têm. Enfim, a navegação à vista não dá para muito mais. Mas é triste que votem ao desprezo pessoas do nosso concelho com grandes capacidades.

Mais uma vez se vai comprar feito.
Mais uma oportunidade se perde para dinamizar e estimular a nossa sociedade.
Mais uma vez tudo se faz sem discussão pública, sem diálogo, sem explicação.

Ainda há poucas semanas o Sr. Presidente Paredes anunciava que "o Plano Estratégico existe e está a ser seguido com todo o empenho" (folha de Alcácer de Março 2008).

É caso para perguntar: que plano estratégico é esse que desconhece a questão básica, fundamental e necessária à sua concepção - a visão para o município? (caso contrário, que motivo levaria o executivo a contratar uma empresa de Lisboa para o fazer?).


Como se não tivessemos motivos suficientes de tristeza, verificamos que o prazo de concretização deste trabalho é de 4 meses! Ora, o que está em causa num trabalho desta envergadura condicionará a nossa vida colectiva durante muitos anos (assumindo que isto é um trabalho para levar a sério e não para deitar fora, como já vimos fazer a muitas outras coisas...). Nesta perspectiva, 4 meses pode ser pouco. Pode ser mesmo muito pouco e pode trazer consequências gravosas para o Concelho. As precipitações, as pressas e as ansiedades não costumam dar bons resultados.


Mas então para quê tanta pressa, se até agora (e já vamos no 3º ano de mandato) isto nunca pareceu ser urgente?


Em nossa opinião, a resposta é simples:
A verdadeira situação do executivo camarário é de desespero. Desespero porque já passou tempo demais sem conseguirem fazer obra que se veja. E as eleições são para o ano... Com elas é necessário mostrar resultados aos eleitores. Mas que resultados, se eles não são positivos? Então, já que não conseguem fazer obra, tentam desesperadamente apresentar projectos de obras (consequência do trabalho agora encomendado, ou seja, a 2ª fase que já está considerada). Complementam assim as feiras e as festas, que já fazem parte da cultura desta Câmara. E entretanto fazem mais outras compras (dinheiro vai havendo...). Juntarão a tudo isto um grande esforço propagandístico, tentando assim esconder toda a sua incapacidade para a função.

É uma tristeza.
Não é disto que Alcácer precisa para se desenvolver...

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