A semana passada a CMAS lançou mais uma brochura em papel de luxo com 72 páginas.
Intitula-se “do plano à acção”
Lêmos.
Eis uma breve abordagem sobre alguns dos aspectos de planeamento apresentados no documento.
Abordaremos noutro artigo os aspectos referentes à “acção”, de forma a entender a relação entre “plano” e “acção”, alvo desta brochura.
1.
Em termos de “plano” em curso, encontrámos uma única referência em todo o documento. Está no último parágrafo da mensagem do presidente. É aí mencionado um Plano Operacional de Desenvolvimento. Este plano é muito recente. E, pelo que dizem, já arrancou...
No entanto não encontrámos mais nenhuma referência a este ou a qualquer outro plano em execução.
O que parece indicar que este planeamento acaba por ser mais decorativo do que funcional.
Na realidade, o Plano Operacional de Desenvolvimento apareceu como resposta às acusações de navegação à vista deste executivo. E foi apresentado, este ano, cheio de erros grosseiros... Não demos pela sua correcção.
Ficamos assim com dificuldade em entender o título do panfleto: do plano à acção.
Onde está o planeamento?
Abordaremos noutra ocasião o plano operacional de desenvolvimento...
2.
Por sua vez, no capítulo intitulado “urbanismo/planeamento” refere-se a existência dum protocolo com a Parque Expo para elaboração de um “plano de orientação para a revitalização dos vários núcleos urbanos do concelho, potenciando o desenvolvimento de uma forma global e integrada”.
Porque se "arranca" com o Plano Operacional de Desenvolvimento, criado tão recentemente, enquanto se espera para breve a apresentação do estudo encomendado à Parque Expo sobre a mesma temática - potenciar o desenvolvimento?
Será este o reconhecimento de que o Plano Operacional de Desenvolvimento contempla incoerências graves que urge resolver?
Estão assim a assumir a sua incapacidade para liderar os destinos do nosso concelho?
É esta a prova de que têm andado às cegas?
Para além do mais, e segundo foi anunciado, o prazo para conclusão deste trabalho da Parque Expo já está ultrapassado em alguns meses...
O planeamento falhou?
Enganaram-se?
Outra vez?
3.
No capítulo dedicado à “requalificação do espaço público” afirma-se que o Largo Luís de Camões já tem um projecto elaborado. A promessa vem de longe... e já está atrasada. Mas...
...porque executaram este projecto tão importante antes de a Parque Expo ter apresentado as suas recomendações sobre a revitalização do centro urbano de Alcácer?
Afinal para que é que encomendaram o trabalho à Parque Expo?
Para vista?
Porque razão as acções não são coordenadas?
Se o trabalho da Parque expo é importante, porque não se espera por ele?
Se o trabalho da Parque Expo não é importante, porque o encomendaram?
Estarão atrasados para as eleições?
E só se lembraram agora?
Mais obras desgarrradas?
Onde está o planeamento?
4.
No capítulo “requalificação do espaço público - obras prontas a avançar” são apresentadas apenas quatro intervenções: a primeira sobre passeios, a segunda sobre a pavimentação do acesso ao bairro das cotovias, a terceira sobre um muro de suporte e a última sobre a sustituição das madeiras no cais palafítico da Carrasqueira.
E é tudo!
O que é quase nada, para um concelho estagnado e deprimido. Necessitamos, urgentemente, de acções concretas que invertam o deplorável estado em que nos encontramos.
É necessário promover o desenvolvimento.
Com estas iniciativas não vamos lá.
Não foi isto que nos prometeram.
Onde está o planeamento?
Onde estão os resultados?
5.
Relativamente a candidaturas apresentadas ao QREN são apenas referidos os projectos para as escolas do ensino básico no concelho. O que, sendo importante, é pouco, muito pouco.
O desenvolvimento não depende apenas das instalações escolares do ensino básico.
Muito mais há para fazer.
E os restantes sectores de actividade?
Os financiamentos comunitários não duram sempre.
Temos que aproveitar as boas oportunidades, que são poucas.
Mas nós temos estado a desperdiça-las.
Quando acordarmos corremos o risco de não chegarmos a tempo.
Sofreremos seguramente as consequências desta inoperância.
Faltam ideias, capacidade ou saber? Talvez tudo junto...
Onde está o planeamento e a sua concretização?
6.
Há uma série de referências ao dinheiro a investir nas várias intervenções apresentadas. E, de concreto, nada mais. Apenas descrições vagas...
O factor financeiro é fundamental, mas o planeamento não se pode resumir a este único aspecto. Existem outros factores que não podem ser desprezados. O sucesso duma iniciativa também depende deles.
Isto é pobre. Muito pobre.
É o que temos...
Será esta uma das razões de tantos fracassos da equipa que gere a autarquia?
Onde estão os seus resultados?
É que não há mesmo obra que se veja!
É certo que, aquilo que vale a pena fazer, vale a pena fazer bem feito.
Só que, a julgar pelas suas próprias palavras, este executivo não consegue fazer mais nem melhor. É que eles já estão, há muito tempo, a dar o seu melhor...
Alcácer merece mais!
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