Vem este texto a propósito dum interessante comentário a um artigo publicado no Alcácer do Sol. Nesse comentário, o seu autor apela a uma postura “construtiva” criticando o Alcácer do Sol.
Provavelmente tem toda a razão. Mas para que serve ser construtivo se esta Câmara rejeita preconceituosamente os contributos de quem não se subordina à sua “disciplina” partidária? Uma coisa é certa, há motivos concretos para o Alcácer do Sol mostrar o seu descontentamento, senão vejamos.
O Alcácer do Sol não optou por esta forma de estar por acaso. E também não esteve calado até Novembro de 2007 por acaso. Nestes dois anos o Alcácer do Sol observou e analisou os dados que descontraidamente foi recolhendo. E da observação de dois anos de actividade resultou, com naturalidade, a indignação que é patente nestas páginas.
Acontece que há dois anos houve eleições. O PS ganhou legitimamente. Teve maioria absoluta, o que lhe deu todos os poderes para governar. O que naturalmente tem acontecido.
Durante a campanha eleitoral foram feitas inúmeras promessas.
Quando esta equipa se sentou na cadeira do poder estava tão entusiasmada que julgava ser uma equipa capaz para governar o mundo. Transbordavam confiança. Estavam convictos que iam fazer tudo e mais alguma coisa. A situação económica herdada era positiva (já confirmado pelo Senhor Presidente Pedro Paredes) o que era uma grande ajuda. A expectativa criada foi enorme!
E fizeram muita coisa. Mas na vida o que conta são os resultados. E é sobre eles que se fazem avaliações.
Se havia dinheiro e estavam em maioria absoluta, que desculpa poderia haver para justificar um falhanço? Só uma calamidade, o que até há data não aconteceu.
E qual é a opinião formada após dois anos de observação?
É que houve pessoas a serem tratadas sem respeito, chegando em alguns casos a ser ameaçadas.
E houve arrogância, baixo nível, prepotência.
E houve incapacidade em escutar e entender os outros.
E houve uma série de destruições efectuadas entretanto substituídas por mediocridades.
E houve feiras e festas muito bonitas em que quem mais ganhou foram os de fora (enquanto os da terra ficaram a ver passar as oportunidades).
E houve jobs para boys & girls, Regis, e...
E houve muita propaganda, muitos enganos, muitos recuos enfim, muita confusão.
E houve muitas ideias, em grande parte inconsequentes.
E houve falta dum discurso forte, coerente e ambicioso.
E houve falta duma visão, duma estratégia e dum plano de acções capaz.
E houve falta de liderança e falta de trabalho em equipa.
E houve falta de promessas cumpridas.
E houve e continua a haver uma grande falta de resultados positivos.
A equipa que governa a nossa terra escolheu o seu caminho. Tem toda a legitimidade para o fazer. Como também tem obrigações a cumprir. E exigir o cumprimento das suas obrigações é apenas um exercício de cidadania. Não há espaço para desculpas. Se prometeram terão que cumprir, ou deverão apresentar uma boa justificação para a quebra de cada compromisso, sob pena de perda de credibilidade. E esta terra merece ser dirigida por pessoas credíveis.
Há muita gente que permanece calada ou fala em surdina com receio de represálias. E neste grupo dos calados estão lá muitos Socialistas indignados com a forma de agir desta autarquia. Porque o caminho escolhido pela equipa dos Senhores Paredes, Massano, Caetano, etc. não tem absolutamente nada de Socialista. Possivelmente não tem mesmo nada de nada.
É por estas razões que o Alcácer do Sol se recusa a embarcar num barco destes. Assim como se recusa a pactuar com as pessoas que nele navegam, por muito que goste desta terra. Isso não significa que o Alcácer do Sol prescinda da sua opinião própria. É que por enquanto ainda há em Portugal alguma liberdade de opinião.
P.S. – Cumpram os Senhores da Câmara todas as suas promessas eleitorais e estaremos na primeira fila para lhes dar os parabéns! Mas atenção, apenas contam os resultados finais. É que de intenções já estamos todos fartos.
21 de novembro de 2007
"Não havia nexexidade"
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