16 de dezembro de 2007

uma história mal contada


No mês passado realizou-se uma conferência de imprensa em Grândola. Nessa ocasião foi abordada a questão da Regi. A notícia foi divulgada pelo Notícias do Litoral de 14Nov2007 (pág.10). Nela se menciona que o Senhor Presidente Arquitecto Pedro Paredes abordou a questão da exoneração da Senhora Ana Massano dizendo que " os seus serviços deixaram de ser necessários porque neste momento procuramos uma pessoa com o perfil diferente que desempenhe tarefas diferentes." Este assunto já deu origem a muitas opiniões. Esta é apenas mais uma.

A Senhora Ana Massano foi nomeada para a vice presidência pelo Sr. Pedro Paredes, como presidente da Regi.
E foi exonerada por ele.Há cerca de dois anos tinha o perfil adequado para a direcção.
Agora não tem.
Mas o que é que mudou assim tanto em tão pouco tempo? Foi a conjuntura local, nacional ou internacional? Não estamos perante mais uma evidência de que há quem queira tapar o sol com a peneira? Quem sabe gerir uma empresa não será capaz de se adaptar à sua evolução? Claro que pode, desde que tenha condições de trabalho e capacidade para o fazer.
Se não houvesse condições de trabalho, certamente que Ana Massano se teria afastado. O que não aconteceu. Acabou por ser afastada.

As explicações sobre estas tristes deambulações são pobres e escassas. O que estimula o desenvolvimento de variadas opiniões, que interpretem a exoneração. É que não bate a bota com a perdigota. Eis outra opinião.

Como factos sabemos que o Sr. Presidente da Regi nomeou e exonerou a sua vice presidente com um intervalo de quase dois anos.
Se a nomeou foi porque reconhecia nela capacidade para exercer o cargo - hipótese 1.
ou então desprezou o mérito para satisfazer alguma influência política, - hipótese 2.
Os resultados apresentados pela Regi não devem ter corrido nada bem. Diz o povo que em equipa que ganha não se mexe. E não há fogo sem fumo.
Certo é que resultados desfavoráveis afectam negativamente a imagem de quem dirige as operações. E isso é desconfortável. A solução mais comum no nosso meio político é a do bode expiatório. O que pode coincidir com a responsabilização dos inferiores. E despoletar a exoneração. É fácil...

O pior é que quem dirige as operações acaba sempre por ficar afectado. Este caso não é excepção.
Caso a hipótese 1 seja válida, o Presidente faz uma avaliação errada.
Caso a hipótese 2 seja válida, o Presidente toma uma decisão com base em factores alheios à missão da REGI. O que no mínimo é éticamente questionavel.
Seja qual for a hipótese, o Presidente da Regi toma uma decisão errada e tenta corrigi-la com uma exoneração. Esta decisão atrai inevitavelmente muitas atenções e especulações. O que é sempre desconfortavel. E reforça o argumento de que os resultados alcançados eram negativos. Se assim não fosse, para que se sujeitaria o Presidente da Regi a tamanho desconforto? Provavelmente para evitar um desconforto ainda maior! E o maior desconforto era assumir pessoalmente resultados não meritórios.

Esta instabilidade só prejudica a Regi e consequentemente o Litoral Alentejano.
Voltamos a perder. E perdemos todos.
E a prova de que perdemos está bem evidente no mesmo artigo jornalístico já referido.

Ao abordar o questão da ligação das juntas de freguesia à Internet, afirmou-se: "...todas aquelas que querem aderir vão ser ligadas mas tudo isso leva o seu tempo".Tenham dó! Então estabelecer uma ligação à internet é uma coisa que leva assim tanto tempo? Precisam de ajuda? Isso não deveria já estar implementado há muito tempo? O que é que andaram a fazer? O que é que andam a fazer? É por isso que necessitam de um novo perfil para a vice presidência? É assim que aplicam os financiamentos comunitários?
Isto para não falar na qualidade, quantidade e disponibilidade do acesso público à internet em Alcácer do Sal...

Diz o povo que para quem não sabe dançar, até o chão atrapalha.
O que não é uma opinião. É uma constactação.

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