19 de outubro de 2008

dar o dito, por não dito

Na quinta feira houve sessão de Câmara.
Os pequenos produtores de arroz participaram, defendendo os seus legítimos direitos.
O Sr.Paredes (e a sua equipa) não foi sensível aos argumentos dos agricultores.
Numa prova de força, a CMAS emitiu um comunicado em que afirmava: "a proibição de trânsito na Marginal destina-se a pesados com tonelagem superior a 20 toneladas".
Estava dito!

Os agricultores já tinham ameaçado com um protesto de rua - uma marcha lenta.
Perante este facto o Setúbal na Rede escreve que "Pedro Paredes considera “óptimo” que o façam, “porque as pessoas precisam de gastar energias de vez em quando.

Os agricultores cumpriram a sua palavra.
A marginal ficou entupida por veículos agrícolas no início da manhã.



O trânsito ficou bloqueado.



Reuniram-se no Largo Pedro Nunes.
Pedro Paredes recebeu-os.
Iniciou-se o diálogo.

A certa altura alguém contesta o facto dos camiões de areia passarem ali há tanto tempo sem qualquer problema. E lamentava-se por os agricultores terem ficado limitados no acesso à antiga EPAC, em plena campanha do arroz. Que por sua vez tem uma curta duração (cerca de 1 mês)...
A esta questão, Pedro Paredes referiu que a proibição era para todos e acrescentou que "1Kg de arroz pesa tanto como 1Kg de areia".
Não tardou muito a ouvir-se entre os presentes que "1 Kg de asno pesa tanto quanto 1 Kg de Presidente"

Prevaleceu o bom senso.
Seguiu-se uma reunião no interior do edifício.
Não foi demorada.



Cerca de 24 horas depois da afirmação:
"A Câmara Municipal de Alcácer do Sal está na disposição de, em conjunto com aqueles que se sintam prejudicados com esta medida, encontrar soluções alternativas à circulação."
o executivo camarário abdicou das soluções alternativas e anulou a recente proibição para veículos de transporte de arroz com mais de 20 toneladas.
Deu o dito por não dito.

Certo é que Pedro Paredes recuou em toda a linha.
Desta vez foi rápido a reconhecer e a emendar o erro.
Pena que não seja assim noutros aspectos importantes da nossa comunidade.
Pena também que não encontre formas mais saudáveis de gastar energias.
Enfim, é o que se vai arranjando...

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Nota:
A forma correcta de agir passava pela criação de uma alternativa viável para os agricultores.
E só depois se deveria limitar a circulação na marginal.
A alternativa não foi criada.
A estrada da Ameira, passado um ano, ainda não está pronta.
Mesmo que estivesse, os veículos de grande porte não conseguiriam dar a curva para aceder à EPAC.
A solução desse problema é simples.
Mas com este executivo, tudo se torna complicado e demorado.

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