A nossa terra, o país e o mundo ocidental estão em crise.
Há razões para isso.
Descobriu-se que entre as pessoas mais respeitadas na nossa sociedade havia muitos aldrabões, ladrões e mentirosos.
Descobriu-se que muitas das instituições privadas mais prestigiadas do mercado recorriam a ilegalidades graves, a práticas desonestas e tecnicamente erradas.
Descobriu-se que, perante estes factos, as nossas instituições apoiaram aqueles que se destacaram pela negativa. Apareceu dinheiro de todos os lados para os apoiarem. Quando andamos desde o início do século a ouvir dizer que Portugal não tem dinheiro para se manter.
Apareceu dinheiro para obras públicas de vulto. Quando o investimento público foi cortado, nos últimos anos, devido à crise que então atravessávamos.
Apareceu dinheiro para mais uma data de coisas. Quando não havia nenhum, nos últimos anos, devido à crise que então atravessávamos.
Tudo isto acontece sem que nós tenhamos saído da crise.
Ela está aí e ainda com mais intensidade! O que é confirmado pelos mais altos dirigentes do país.
A diferença é que, para além da crise, este ano também vamos ter eleições...
A descrença é elevada.
Andam anos a contarem-nos uma história para nos baixarem as condições de vida. E, de um dia para o outro, parece que tudo mudou, sem que a situação real se tenha alterado significativamente. Ou seja, as dificuldades mantêm-se. A falta de dinheiro, parece que não... Quem pode acreditar em quem faz destas coisas?
Alguns dos senhores que se têm passeado nas galerias do poder revelaram-se indignos do estatuto que têm ostentado. Mas nada lhes acontece. Tudo continua, como se fosse normal. Afinal, parece que o sistema precisa deles... Mas, como pode um sistema, apoiado em gente desta, servir os interesses de Portugal, do seu povo, do seu território, do seu património?...
Não se prevê que haja grandes alterações a este staus quo.
Mas seria fácil transformar a crise actual em sucesso nacional.
Bastaria apenas uma coisa, por acaso bem simples.
Bastaria que os Portugueses acreditassem que Portugal, e o mundo, está a ser dirigido por pessoas de confiança, competentes e capazes de decidirem de forma independente dos grandes interesses instalados.
Mas, para isso se concretizar - nós acreditarmos no País - era necessário varrer muita gente que ocupa o poder.
Gente com falta de escrúpulos, gananciosa e indigna.
Não conheço ninguém que acredite nesta possibilidade.
É pena.
Por alguma razão Portugal não evolui, não cresce, não se desenvolve...
Teremos os governantes que merecemos?
Acha que sim?
3 de janeiro de 2009
2009 de sucesso: bastava acreditarmos
Etiquetas: artigo de opinião
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