27 de janeiro de 2009

investimento público 2009

Todos nós sabemos que sem investimento não há desenvolvimento.
E que há várias formas de investimento.
Uma das mais importantes é o investimento público. Justificação para nos cobrarem ainda mais impostos...
Partindo desta base, fomos à procura do investimento público previsto para o Concelho de Alcácer do Sal em 2009.

Recorremo-nos do PIDDAC 2009. Fizemos uma busca a tudo o que estivesse associado a Alcácer. Donde resultaram os seguintes dados relativos ao investimento público:

  1. 0,01% do total para o Centro de Emprego de Alcácer do Sal - 4.500 €
  2. 0,03% do total para o Novo Mapa Judiciário - Alcácer do Sal - 16.763 €
  3. 0,04% do total para Equipamento de Apoio a Idosos - Torrão - 20.540 €
  4. 99,9% do total para a Variante de Alcácer - Ligação Ferroviária - 55.957.387 €
Pode-se afirmar, grosso modo, que o investimento público em Alcácer vai, exclusivamente, para a ligação ferroviária que ligará Sines a Setúbal. Sem paragens no nosso Concelho!

É caso para dizer que investem no nosso Concelho para nos porem a ver passar os comboios!

Ao perdermos o acesso às ligações ferroviárias perdemos a possibilidade de as utilizarmos em nosso benefício. Se os comboios não param na nossa terra, muitas outras coisas - leiam-se oportunidades - também não vão parar por cá.
Porque as comunicações são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sociedade. E as ligações ferroviárias não são desprezáveis.

Este facto é, na realidade, um factor limitativo às aspirações de desenvolvimento pleno de Alcácer do Sal.
Podem argumentar que esta é a melhor solução para o País, e que por isso devemos respeita-la.
Mas, se esta solução é a melhor para o País, onde estão as contrapartidas para Alcácer derivadas da perda de oportunidades que esta solução gera?
Se esta solução é a melhor para o País, porque não distribuem um pouco dessas vantagens positivas pela nossa região?
É que, pelo andar desta carruagem, apenas ficamos com as desvantagens desta ligação ferroviária. Com destaque para a circulação de matérias perigosas que, em caso de acidente ou atentado, poderão funcionar como autênticas bombas!
Porque usam o nosso território, extraem dele as vantagens desejadas, sem que nós ganhemos nada com isso?
Pelo contrário, perdemos!
Porque nos dificultam a nós o acesso ao desenvolvimento?

Esta história já é repetida.
O mesmo aconteceu com o gasoduto que atravessa o Concelho.
Alcácer não teve direito ao fornecimento de gás natural. Mas cedeu o seu território para a sua passagem, de forma a que outros tivessem esse direito.
E quais foram as contrapartidas? A possibilidade de um acidente grave ou de um acto de sabotagem numa conduta de material combustível?
Tratam-nos como Portugueses de segunda e nós nem protestamos...

O ano passado o PIDDAC contemplou, para Alcácer do Sal, 4.500 Euros.
Por essa altura Pedro Paredes afirmou que não nos podíamos queixar do investimento público no Concelho.
Este ano o PIDDAC contempla a módica quantia de 40 mil Euros, mais uma linha de caminho de ferro sem paragens na nossa terra.
Isto é ridículo!
O que são 40 mil Euros para o segundo maior concelho de Portugal?
O que são 40 mil Euros em todo o PIDDAC?
Menos do que uma migalha... basta comparar com os milhões com que o governo apoiou a banca.

Até ao momento não nos apercebemos de nenhum comentário de Pedro Paredes a este respeito.
Também não conhemos nenhuma iniciativa sua a reinvindicar mais investimento público junto do governo central, com excepção da Escola Secundária.
Será que ele continua a pensar que não nos podemos queixar desta forma de tratamento descriminatório?

Era importante termos alguém a liderar a nossa terra com capacidade para atrair investimento.
Era importante termos alguém a liderar a nossa terra com capacidades reinvindicativas.
Era importante termos alguém a liderar a nossa terra com capacidade.
Mas não temos.

Assim não vamos lá.



Alcácer merece mais!

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NOTA: O investimento nos centros escolares não aparece no PIDDAC 2009 directamente associado a Alcácer do Sal. Essa verba virá, provavelmente, dum outro item, controlado por uma outra entidade regional. A DREA, por exemplo.
Mas nem esse investimento retira importância aos argumentos acima apresentados. É que esse valor, para além de ser bastante pequeno (à escala nacional) resulta duma medida aplicada em todo o território nacional, pelo que não poderá ser vista como uma contrapartida para nada!

3 comentários:

Anónimo disse...

Certamente que, em termos de poder central, quem tomou esta decisão deve ter levado em consideração o impacto sobre o Concelho de Alcácer do Sal. Aqui há dois cenários:
1- Nada se sabe, a nível Nacional, sobre esta terra esquecida por trás do sol posto porque não se regista capacidade de empreendimento (culpa de quem?);
2- Nada se reenvidicou, junto dos responsáveis pela decisão, por parte de quem representa a população Alcacerense (culpa de quem?)
Assim sendo, porque razão há-de o combóio parar em Alcácer do Sal atrasando a marcha das gentes de outras regiões mais empreendedoras e que contribuem para o desenvolvimento do país?

Anónimo disse...

Atenção, só irão circular pela nova variante os Alfa Pendulares (que não paravam em Alcácer) e os transporte de mercadorias em direcção a Sines. Os restantes comboios (InterCidades; Regionais) continuam a circular pela linha antiga.

Alcácer do Sol disse...

Até quando?