4 de maio de 2010

PEC - Portugal Em Crise

Em Portugal:
  1. desemprego - bate lamentáveis records de crescimento
  2. défice - o maior do regime Democrático
  3. pobres - são uma imensidão
  4. crise - consolida-se ou agrava-se
  5. bancarrota - já há personalidades importantes a falar dela em Portugal
  6. classe média - arrasa-se
  7. prestações sociais - reduzem-se
  8. sector financeiro - apoia-se
  9. justiça - degrada-se continuamente
  10. educação - um rol de contradições, desajustes e incoerências
Tudo isto, e muito mais, tem a ver com a estabilidade e o crescimento de Portugal.
Isto é assim quando José Sócrates, 1º ministro, acha que:

«Digam o que disserem, mas ainda está para nascer um primeiro-ministro que tenha feito melhor no défice». Sócrates - 23 Jul 09

Será que vamos ter que esperar umas décadas para que nasça, cresça e se forme - duma forma prestigiante - um Português que nos tire deste pântano?

Ou será que o pântano é a situação desejada?
Satisfazendo assim uma minoria restrita que acumula vantagens à custa do cidadão comum?
E que por esse motivo se sustenta e prolonga esta degradação de Portugal?


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Nota:
Notícia publicada no Diário de Notícias de hoje:
« os lucros diários das quatro instituições [ BES, BPI, BCP e Santander Totta] foram de 4,3 milhões por dia, tendo por base os primeiros 90 dias do ano»

A pergunta inevitável é:
Na elaboração do PEC, compare o esforço de colaboração pedido à banca com o esforço exigido ao cidadão comum...
E ainda há mais medidas penalizadoras, guardas na gaveta mas prontas para serem publicadas. Aguarde e verá!

7 comentários:

Anónimo disse...

“Habemus PECD”

Como me dizia amiúde um amigo que veio do Brasil a propósito da evolução da situação económica no nosso país “aquilo que aqui se está a passar já eu vi acontecer há muitos anos no Brasil”, mas tal discurso passava-me um pouco ao lado, pois a realidade que ele me relatava era distante e desconhecida.

Uma outra peça do puzzle chegou com a eleição do presidente Lula da Silva e quando ele afirmou que o seu principal objectivo era o de que “cada brasileiro pudesse ter direito a duas sopas quentes por dia”, parece estranho para nós, mas faz muito sentido quando a maior parte da população passa fome e melhor que ninguém este homem tinha essa consciência.

E apesar da distância e da estranheza das várias peças do puzzle aquilo que eu retivera na memória é que a classe média que era o suporte da economia naquele país foi perdendo poder de compra e a redistribuição da riqueza foi cavando um fosso enorme entre ricos e pobres, onde me contava o meu amigo que o salário de um CEO chegava a ser 1.000 vezes o de um trabalhador e não me enganei em nenhum zero.

Tudo isto deu origem ao aumento da criminalidade e ao recrudescer da economia paralela - onde ambas andam sempre de braço dado - em proporções gigantescas e com enormes percas para o aparelho do estado, mas fomentado por quem actua à margem da lei e com isso obtém enormes ganhos.

Este percurso está de certa forma a ser invertido por este presidente, mas foi segundo o meu amigo um caminho doloroso que levou à quase destruição da classe média e à fuga de muita da receita do estado para os mercados paralelos por via da destruição desta massa de contribuintes que gerava grande parte da receita pública.

É por isso que ele me dizia que “o pessoal aqui anda um pouco adormecido com essa história da economia da Grécia, mas o verdadeiro perigo é que eu vejo que está a acontecer aqui o mesmo que aconteceu ao Brasil no passado”, e cujas sequelas apesar do enorme esforço de recuperação, ainda hoje persistem em grande escala.

Este cenário que ele me relatava não fazia grande sentido para mim, mas começa agora a fazer quando observo o aparecimento de algumas formas de criminalidade até aqui desconhecidas, o crescimento da economia paralela para proveito de alguns, a aprovação de medidas de redução de protecção social, tudo em desfavor da tal classe média e contidas no salvador Plano de Estabilidade e Crescimento das Desigualdades.

Anónimo disse...

“O sacrifício”

Teixeira dos Santos reafirmou hoje que o esforço para reduzir a despesa deve ser dividido, questionando os críticos sobre quem deve pagar a factura se a classe média não for sacrificada. Então vamos sacrificar os pobres ?
Sabendo-se que sacrifício é a prática de oferecer como alimento a vida de animais, humanos ou não, aos deuses, como acto de propiciação ou culto e que o termo é usado também metaforicamente para descrever actos de altruísmo, abnegação e renúncia em favor de outrem.
Sabendo-se ainda que a grande escola é o amor: as exigências do amor levam a grandes heroísmos e que quando o amor é verdadeiro, o sacrifício não dói; o amor faz estimar como bem próprio o que é um dever.

Noutras circunstâncias talvez, se nos sentíssemos respeitados, se houvesse alguma dignidade e igualdade no trato, se a coisas nos fossem explicadas com clareza e transparência, se não fossemos apenas carne para sacrifício, então aí sim aceitaríamos ser sacrificados.

Se não fossemos apenas, aceitaríamos, parece uma contradição mas não, tem tudo a ver com as premissas, pois aos deuses e por amor nenhum sacrifício é negado, mas como não vos consideramos como deuses nem morremos de amores por vós, é pois certo e sabido que não estamos dispostos a ser sacrificados às vossas mãos.

Se é certo que a deuses nunca chegareis, tereis pois que encontrar outra forma de saciar esse vosso apetite voraz, ou porventura tereis que travestir as vossas almas, vendê-las ao diabo quem sabe, para vos purificardes e puderdes assim aspirar a que nos apaixone-mos por vossas almas renascidas e aceitemos por amor o sacrifício.

Anónimo disse...

“País de ficção”

Num país de ficção,
José Trocas-te amas-nos ou não ?
há agora a PEC dominação
terminará com a crise ou não ?
combustíveis em inflação
electricidade em ascensão
é tudo por uma boa razão
é para pagar o prémio de gestão
e o Zé em acelerada putrefacção
não liguem é apenas ficção

Num país de ficção,
onde Alcochete Jamais, então ?
onde as escutas não passarão
onde existe cada passarão
onde o TGV é obsessão
onde a dívida é uma fixação
e sobe por hora um milhão
a produtividade é espelho da remuneração
é bom viver com as calças na mão
não liguem é apenas ficção

Num país de ficção,
onde existe sempre uma canção
para nos libertar a emoção
da mágoa que nos enche o coração
por não vermos evoluir a nação
por não soprar vento de feição
que nos liberte a imaginação
nos permita alcançar a próxima estação
há agora a PEC dominação
José Trocas-te amas-nos ou não ?

Anónimo disse...

“Os extremos”

É comum ouvir-se dizer que os extremos se tocam, não é verdade os extremos nunca coexistem logo não podem tocar-se, pois os acontecimentos no nosso mundo seguem uma linha sinusoidal ou seja alternam entre um mínimo e um máximo passando por todos os pontos intermédios, à medida que o tempo corre, isso só aconteceria se o tempo não corresse, não fosse mensurável ou seja não existisse, aí poderíamos atingir o mínimo e o máximo em simultâneo, é possível imaginar mas não é assim.

Um exemplo prático, eu aperto o cinto, estamos no ponto de máximo estrangulamento da cintura, se porventura eu decidir afrouxar o cinto posso fazê-lo, mas entretanto já decorreu um certo período de tempo até se atingir um ponto de estrangulamento intermédio e se eu decidir retirar o cinto já outro período de tempo passou até ao ponto de estrangulamento mínimo ou de não estrangulamento.

Pegando ainda no conceito tempo nós somos a existência aqui hoje, neste lugar, mas não representamos nada na escala global do tempo, desde que o tempo é tempo e até que o tempo decida deixar de o ser, não sabemos quando, logo somos uma ínfima porção de existência nessa escala que se convencionou mediria existências.

Quanto à nossa dimensão então aí é que somos nada, se pensarmos na real dimensão do universo em que ouvimos falar de poeiras cósmicas, nós nem chegamos a representar um grão apenas dessa poeira, tal é a imensidão desse universo conhecido, fora aquele que ainda não se conhece.

É por isto tudo que eu penso não devemos preocupar-nos demasiado com ratings pois o que hoje é amanhã já era, devido à linha sinusoidal e quando já for outra vez provavelmente já se foi para nós devido à nossa pequenez existencial e se o for por muito tempo, o que eu não acredito, não vai logo afectar o nada que somos em tamanho.

Como português e alentejano eu gosto sempre de pensar que somos balizados por dois extremos entre os quais oscilamos e assim vai continuar a ser enquanto cá existirmos, o máximo que é o porreiro pá, representa o tudo bem e passando por todos os pontos intermédios à medida que o tempo corre, somos levados ao outro extremo, o mínimo ou o anti-porreiro pá que é o tudo mal que para quem não sabe costuma dizer-se, porra pá.

Anónimo disse...

“Campeão”

Parabéns de seis milhões
Para este grande campeão
Desçamos ao marquês então
Entre buzinadelas e abanões

Estava reservado há um tempão
Vai p’ra umas boas três semanas
Passam finalmente caravanas
E do marquês incomodam o leão

Mas Jesus acaba de anunciar
P´ro ano a europa mete no chinelo
Vai ser comemoração a dobrar

E p’ra não mais ter animal que mia
Sebastião José de Carvalho e Melo
Bela águia terá por companhia.

Anónimo disse...

Diogo, 2010-05-12 às 02:29:42

Em Portugal acorda-se tarde, vai-se lá saber porquê, se é que me faço entender. É seguir o exemplo da Irlanda. O PM vem sempre com a desculpa que outros paises tem um defice maior, etc, etc. Olhem para a Irlanda!!! ta com um buraco maior, mas tomou medidas atempadamente e nao é alvo dos mercados. Eu se fosse um grande investidor ao olhar para portugal também fugia, nao transmite qualquer tipo de segurança ou certezas na consolidaçao das finanças publicas nem do crescimento economico.Tudo o que seja para emagrecer o estado é Bem-Vindo por muito pouco que seja.

ofantas, 2010-05-12 às 02:20:20

2,9 % só para rir, tem lata este fulano, presumo que vá longe. Se o vencimento dos tachistas fosse 2500€, corta-lhes 72,50€. Isto cortaram eles semana passada aos coitados dos desenpregados que auferiam 700 €, e pelo que sei tirar 72 euros a 700 não deve ser a mesma coisa que tirar a 2500. A bem da V/ saúde fujam enquanto têm tempo e o povo não acorda.

Manel, 2010-05-12 às 04:47:36

Se me fosse possível "ter voto na matéria" propunha que todos os cargos politicos e de "gestores" de empresas públicas e/ou participadas pelo Estado português tivessem um vencimento menor ou igual ao do Presidente da República, era uma regra clara, simples e de fácil aplicação. Quem não quisesse tinha a porta aberta, pois no sector privado não faltam pessoas capazes e com vontade de fazer algo de útil e que não se sentiriam "pobres" com salário inferior ao do dito cujo PR.

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/11034295.html#page=2

Anónimo disse...

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Para alguns estarei a ser, mais uma vez... politicamente incorrecto: ainda bem! Entendo que ao ponto em que a nossa sociedade humana chegou é imperioso gritar, mesmo se forem só gritinhos de rato, e tentarmos ser sobretudo e apenas humanamente correctos. É tão só isso que me move: doa a quem doer. Também me dói a mim ver o que vejo, viver o que vivo... Grito em nome dos famintos e dos miseráveis silenciados e sem voz com quem me encontro, quantas vezes impotente, há tanto tempo e em todos os continentes.

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http://fernandonobre.blogs.sapo.pt/