6 de setembro de 2008

défice cultural


“Hoje, estes galeões do sal – Amendoeira e Pinto Luísa – estão novamente de volta às suas gentes com toda a dignidade que merecem. Recentemente recuperados, numa intervenção onde a autarquia investiu mais de 200 mil euros...”
afirmou Isabel Vicente, vereadora da Câmara Municipal, na folha de Alcácer nº 41 (de Agosto/Setembro de 2008)

Ficamos a saber que a CMAS mudou de rumo e desistiu da ideia de vender os galeões. Felizmente corrigiram o engano em tempo útil. Parabéns! Pena é que muitos dos erros que continuam a cometer não sejam também corrigidos. Mas, mais vale pouco do que nada...

Também ficamos a saber que os galeões foram recuperados e que, por isso, nós pagamos 200.000,00€. Já que se gastou o dinheiro, porque é que os galeões não têm velas? E o Pinto Luísa nem sequer tem mastro?

Estes factos parecem não afectar o executivo camarário, que tanto fala na protecção do nosso património, na nossa identidade cultural, no turismo ambiental, etc... Porquê?

Alguém conhece Galeões do Sal sem mastro nem velas?

Não, ninguém conhece porque isso não há nem nunca houve.

Isabel Vicente considera que os galeões regressaram com “toda a dignidade que merecem”. Enganou-se. Os galeões não estão a ser dignificados. E merecem sê-lo. Porque um Galeão do Sal sem mastro e sem velas é como uma biblioteca sem livros. Ou como um oceano sem água!

Por favor, acabem o trabalho. Já tiveram tempo suficiente para isso.



Post Scriptum

Não estranhamos que Isabel Vicente não se aperceba do nível do seu discurso. Isto é perfeitamente aceitável para quem idolatra Paulo Coelho e tem medo de ficar "electrificada" - sim, electrificada! Mas a culpa não é sua.
Ficou tudo dito quando alguém afirmou, no início deste mandato, que esta equipa era capaz de governar o mundo...

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