Estas férias estivemos em Paris.
Já lá não íamos há uns anos.
Vimos coisas que, para nós, foram novidade.
E recordámo-nos de Alcácer do Sal. Com tristeza.
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Falamos do sistema público de bicicletas da responsabilidade da Câmara de Paris.
Vejamos as imagens.
Valem por mil palavras.
Poderão assim perceber mais facilmente os nossos sentimentos.
em frente à Câmara Municipal.
um quiosque multimédia, as bicicletas e os respectivos sistemas de fixação.
À noite conseguem-se encontrar parques repletos.
Ao recordarmo-nos da nossa terra, fomos inevitavelmente invadidos por um sentimento de tristeza.
Aqui vemos um dos 14 parques de bicicletas instalados em 2005.
Ao recordarmo-nos da nossa terra, fomos inevitavelmente invadidos por um sentimento de tristeza.
Percebam a razão dos nossos sentimentos através das próximas imagens.
Este projecto foi financiado pela Comunidade Europeia em 80%.
Era composto, do ponto de vista do utilizador, por um quiosque
multimédia , bicicletas e o respectivo sistema de bloqueio.
Funcionava de forma autónoma com recurso a um smart
card (cartão pessoal tipo multibanco com um chip incorporado).
Também havia um parque de bicicletas em frente à Câmara Municipal.
Olhem o destino que lhe foi dado pela equipa do Sr. Paredes:
Ao requisitar uma bicicleta, o sistema registava automaticamente os dados do utilizador, até que a bicicleta fosse devolvida. Esta era uma forma de responsabilizar o utente.
Em Alcácer do Sal também era possível requisitar uma bicicleta num parque e devolvê-la num outro qualquer (os quiosques comunicavam, por GPRS, com um sistema de controlo instalado na abegoaria).
A iniciativa da Câmara em destruir o Sistema de Mobilidade de Alcácer do Sal estendeu-se aos restantes parques espalhados pela cidade e a outros equipamentos integrantes do projecto.
Para destruir este sistema, a Câmara teve que devolver os fundos comunitários - cerca de 200.000,00 €uros! E ainda teve que suportar os custos de tudo aquilo que não foi comparticipado pela CE, valor que, pela nossa estimativa, se aproxima dos 100.000,00 €uros.
Alcácer perdeu em termos ambientais, turísticos, sociais...
Este parque estava localizado junto à Escola Secundária.
Nesse local resta agora a vista dum outro caso de sucesso desta equipa camarária:
uma escavação arqueológica iniciada e rapidamente abandonada.
Ou embargada? O quê, enganaram-se outra vez?
Outra tristeza...
Os direitos de autor são da equipa do Sr.Paredes.
Numa época de crise energética e ambiental de nível global, torna-se imperioso alterarmos muitos aspectos do nosso quotidiano. A adaptação às novas condições que a realidade nos impõe obriga-nos a evoluir continuamente. Esta é a forma correcta de enfrentarmos os desafios constantes num mundo em permanente mudança.
É assim em todo o mundo civilizado.
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Paris é apenas um exemplo. Não é nenhuma excepção.
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Excepção é Alcácer do Sal que regride contínuamente.
Excepção é Alcácer do Sal que, a continuar a ser gerida desta forma, fica cada vez mais longe daquilo que todos nós queremos: viver numa sociedade desenvolvida de que nos possamos orgulhar!
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Digam lá se isto não é uma tristeza!
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Nota:
A decisão de destruir o sistema de mobilidade foi uma decisão puramente política. Ou seja, os aspectos técnicos e o funcionamento do sistema foram validados e aprovados pelos representantes da Comunidade Europeia, que se deslocaram várias vezes a Alcácer do Sal. Aliás, esta é uma das condições necessárias para que os financiamentos sejam pagos. Se assim não fosse, não haveria lugar a devoluções de dinheiro pela CMAS. E houve, como está registado em documentos oficiais.
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