10 de setembro de 2008

gato escondido com o rabo de fora?

A folha de Alcácer nº41, de Agosto/Setembro de 2008, aborda um plano de expansão para a ZIL.
Que é imprescindível expandir ou duplicar a ZIL é um facto inquestionável.
Que é imprescindível gerir melhor todo o espaço da ZIL é igualmente inquestionável.
O que não é inquestionável é a forma escolhida para alcançar estes objectivos.

A informação contida no artigo resume-se em 3 pontos:



  1. Existe um terreno de 43.639 m2, avaliado em 700.000,00 € que é cedido pelo seu proprietário à CMAS. O preço unitário corresponde a 16 €/m2; 3.200$00 /m2 no antigo Escudo ( 700.000 / 43.639 = 16 )

  2. Por sua vez, a CMAS executa as infraestruturas de loteamento industrial nesse espaço. Custo previsto: 550.000,00 €.

  3. Os lotes assim gerados deverão ser cedidos a empresas interessadas em instalarem-se no local. Em compensação pela cedência do terreno, o actual proprietário receberá 50% do valor de alienação de cada lote.

    Analisemos agora a informação disponibilizada.


  4. É legítimo pensar que o dono do terreno não negoceia para perder dinheiro. Assim sendo, a cedência da sua propriedade deverá gerar-lhe um retorno mínimo de 700.000,00€ (valor actual do terreno) *

  5. Se os 700.000,00€ de retorno pela cedência do terreno representam 50% do valor de alienação, então o valor de alienação total é de 2 X 700.000,00 = 1.400.000,00€.

  6. O terreno tem 43.639m2. É aceitável assumir que cerca de 20% do terreno seja consumido em arruamentos, parqueamentos, passeios, etc. (domínio público). Restando então uma área útil a disponibilizar para a indústia de aproximadamente 34.900m2.

  7. Donde se pode concluir que o valor mínimo de alienação dos lotes industriais rondará os 40 €/m2 (1.400.000,00€ / 34.900 m2 = 40 €/m2)

  8. Por outro lado, a CMAS recebe os restantes 50% da alienação do terreno (não são mencionados outros parceiros no negócio). Ou seja, factura 700.000,00€. Entretanto gastou 550.000,00€ em infraestruturas. Isto gera um lucro de 700.000 – 550.000 = 150.000€!

    Que conclusões tirar destes factos?

    1. A CMAS prepara-se para ceder terrenos industriais a cerca de 40 €/m2. O que é imenso. Note-se que o terreno em causa está avaliado em 16€/m2... e que há inúmeros outros Municípios a cederem terrenos industriais a 1€/m2, um valor apenas simbólico. É assim que o actual executivo quer atrair empresas?
    2. Neste processo de expansão da ZIL, a CMAS obtem lucros... quando a ideia transmitida é atrair empresas... Será que necessitam de mais dinheiro para gastarem em festas e feiras?
    3. Todos os resultados aqui apresentados derivam unica e exclusivamente da informação publicada na 1º página da folha de Alcácer nº41. Se estes resultados não correspondem à realidade é porque há dados muito importantes que foram omitidos. E então, das duas uma: ou se enganaram uma vez mais (o que é habitual) ou há gato escondido com o rabo de fora. Cabe à CMAS, em especial ao Sr. Paredes, esclarecer este negócio perante os Munícipes.

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    (*) Para simplificar as contas, vamos assumir que não são contabilizados juros. Note-se que o terreno nunca será alienado antes de decorrido um ano – preveêm 6 meses para iniciar as obras mais 6 meses para as executarem. Há que notar que a regra em vigor é “não cumprir os prazos”...

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