o plano saltatia - 1

Não, não nos enganamos.

Falamos mesmo do plano SALTATIA.

Tivemos acesso à brochura distribuída pelo actual executivo.

Rejeitámos os inúmeros artigos que invadiram a imprensa regional por não serem rigorosos e, consequentemente, pouco credíveis.

As acções de campanha estão em marcha...

Centremo-nos naquilo que é realmente importante - a situação actual e a estratégia de combate à crise.

Todos nós sentimos a crise actual.
Ninguém conhece a sua verdadeira dimensão. Ela ainda não parou de crescer...
Ninguém, de bom senso, arrisca uma previsão para o seu fim.

Na realidade atravessamos duas crises simultâneas.
Uma, com origem interna, consequência das desastradas governações das últimas décadas.
Outra, internacional, com origem no sector financeiro, que entretanto alastrou à economia de mercado afectando a maior parte do planeta.
As suas principais vítimas são aqueles que, inesperadamente, perderam as suas fontes de rendimento, ficando impedidos de satisfazer as suas necessidades básicas, como a alimentação, a habitação, a saúde, a educação, etc...
Falamos, concretamente, de quem perde o seu emprego.
O que só não afecta as classes altas.
Falamos de pessoas, o que vai mais além das famílias (uma pessoa que por qualquer motivo vive só, não forma uma família e não deveria ser excluída do discurso político actualmente em vigor).
Esta é uma realidade, infelizmente, indesmentível.

Acontece que o executivo da CMAS decidiu-se por um plano anti-crise para fazer frente à “actual crise financeira e económica”.
Acrescentamos: uma crise social, uma crise de confiança, uma crise do sistema.

Lemos com atenção a brochura oficial.

Verificámos que não aparece, em todo o plano, nenhuma acção directa e concreta para apoiar aqueles que perdem o seu emprego.
Aqueles que, inesperadamente, se vêm incapacitados de manter as condições mínimas de uma vida digna. Embora as suas recentes declarações de IRS demonstrem alguma capacidade económica. Acontece que a realidade actual muda, em cada dia que passa, duma forma rápida e radical.
Perde-se o emprego mas os encargos mantêm-se...

Este tema é demasiado importante para ser abordado levianamente.
Pelo que não entendemos tamanha lacuna deste plano, apresentado por uma equipa que se julgava capaz de governar o mundo...
Ou será que esta omissão é intencional e consciente? Talvez. Desta equipa actual, espera-se tudo...

Este plano é como muitos outros: inconsequente!
Estamos, sem dúvida, em campanha eleitoral.
E há quem tudo faça para encobrir a sua incapacidade na busca de mais um votinho.
Coitadinhos.
Assim não vamos lá.

Alcácer merece mais!

.......................................................
NOTA:
O referido plano contempla uma acção para as empresas que não efectuem despedimentos - medida 5 do capítulo 3 do 2º eixo.
É uma medida de apoio à manutenção do emprego mas não é uma medida de apoio directo ao desempregado.
Para além disso, a medida peca por ser extremamente escassa: "bonificação do pagamento de taxas municipais... até 50% do valor do salário mínimo". E só contempla despedimentos colectivos e por inadaptação...

Façam as contas e vejam o valor do estímulo apresentado às empresas.
Numa altura em que o orçamento de receitas da CMAS cresceu mais de 50% nos últimos 2 anos...