18 de junho de 2008

conto do vigário?


Há, em Portugal, uma empresa monopolista.
É muito grande e tem lucros imensos.

Acontece que, entre os muitos clientes que tem, alguns não pagaram as suas contas. Esta empresa corta o seu fornecimento mal haja um atraso maior no pagamento de qualquer factura. Pelo que as dívidas não poderão ser muito grandes... a menos que se refiram a clientes alvo de tratamento especial, vulgo VIP...

O que é certo é que essa empresa, com lucros invejáveis, parece não ter condições para suportar as dívidas dos seus clientes devedores.

E eis que alguém sugere que sejam os clientes cumpridores a pagarem os calotes dos clientes devedores. Ou seja, a empresa não pode suportar as dívidas dos seus clientes mas os clientes cumpridores podem.

Faz-se com que o justo pague pelo pecador. Algo mais vulgar do que parece... O que não deixa de ser inaceitável.

Como é possível que, uma ideia destas, não seja liminarmente destruída logo que seja anunciada?
Como é possível que este assunto seja oficialmente tema de discussão pública?
Infelizmente isto acontece, em Portugal.
Onde há entidades reguladoras que vivem dos nossos impostos e que, pelos vistos, desregulam.
Onde o estado, muitas vezes, não garante as suas funções mais elementares como a justiça!
Onde, uma vez mais, se verifica que as empresas é que são importantes. As pessoas nem tanto. Claro que há um espaço reservado para as excepções... ou melhor, para os VIPs.

Já temos um estado para proteger as grandes empresas.
Só falta criar um estado que represente os cidadãos!

por: Portugal ao Sol

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