19 de junho de 2008

estar na aldeia e não querer ver as casas

"...quando foi o primeiro Dakar que arrancou de Alcácer do Sal, foi terrível, nem para venderem uns "cachorros" as pessoas se mobilizavam. Diziam ´(...) não sei se vai dar dinheiro´, etc.. Agora, vêm ter connosco todos os dias. Estamos a mexer. Há motivação."

afirmação de Pedro Paredes, Presidente da CMAS, publicada no Litoral Alentejano de 15/6/2008

Então Senhor Presidente, o Senhor não percebe que é o desespero que leva muitos dos Alcacerenses a mexer?

Desespero de quem não tem trabalho.
Desespero de quem, mesmo estando a trabalhar, não consegue suportar os seus encargos.
Desespero de quem perde dignidade todos os dias e não vê uma luz ao fundo do túnel.

Também vão ter consigo por outros motivos, certamente.

As bajulações, as seduções, o elogio fácil, a cunha, a graxa etc. são, como é evidente, outros fenómenos presentes.
As pressões dos mais poderosos, na defesa dos seus interesses materiais, também.
Factos que, infelizmente, não são raros. (Será por encontrarem suficiente receptividade?)

Como é que o Senhor se consegue orgulhar destas motivações dos Alcacerenses?

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NOTA:
O primeiro Dakar em Alcácer, de que o Sr. fala, foi único. Primeiro e último, até agora.
Podia ter referido a feira da aventura, por exemplo. Pelo menos sempre teve duas edições...

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