20 de junho de 2008

a OBRA!

" a nossa obra - obra no sentido genérico - está a ser imaterial, é também a de gerar consensos. Gerar esperança. Gerar um bocadinho de alegria e, o resto, as pessoas fazem "

afirmou, Pedro Paredes, Presidente da CMAS, ao Litoral Alentejano de 15 Jun 2008

Sr. Presidente, se está à espera que as pessoas façam o trabalho que deveria ser feito por si, para que é que se candidatou?

O que é certo é que as pessoas não fazem aquilo que é preciso ser feito porque não têm os meios à sua disposição. O Senhor é que, só em 2007, teve nas suas mãos quase 17 milhões de Euros, para pôr esta terra a mexer. (*) E o que fez? Obras imateriais? O que é isso? São coisas etéreas? É algum serviço espiritual?

17 milhões para, diz o Senhor, gerar consensos, esperança e um bocadinho de alegria.

Consensos? Onde? Basta olhar para a forma como os seus colaboradores mais directos se relacionam entre si. Basta lembrar a forma como trataram muitos dos trabalhadores da CMAS. Basta presenciar as sessões de câmara ou as assembleias municipais. Basta ouvir os comentários sobre conversas tidas com a população. Consensos? Para quem acha que consultar as pessoas é uma perda de tempo? Como?

Esperança? Está, seguramente, a pensar numa minúscula minoria. Porque a vida da maioria dos Alcacerenses é cada vez mais difícil de suportar. Abstraia-se dos boys, dos sedutores, dos bajuladores, ... Relacione-se com os Alcacerenses e leia. Leia o que lhes vai na alma. Vai ver que a esperança é um bem escasso na nossa terra.

Alegria? Onde? Quem? Não passeia nas ruas? Não fala com o povo? Não vê? Existirá algum oásis por aqui que nós não conhecemos?

Alcácer precisa, urgentemente, de obras materias concretas. Que são da responsabilidade da Câmara. Adia-las compromete significativamente o futuro de todos nós.

Alcácer necessita de:

  1. criar emprego

  2. atrair população activa

  3. formar e educar as pessoas, de forma contínua, racional e com qualidade

  4. um PDM actualizado, moderno, realista

  5. investimento público e privado (há vida para além da escola secundária e do turismo...)

  6. desenvolver projectos capazes de captar financiamentos comunitários

  7. atrair empresas de média e grande dimensão, aumentando os estímulos às pequenas e médias empresas locais

  8. explorar exaustivamente as suas vantagens competitivas

  9. proteger o ambiente, onde se inclui um Sado carregado de esgotos

  10. duma equipa capaz de gerir o seu destino, modernizando-a, tornando-a mais competitiva, mais atractiva, ou seja, mais desenvolvida!

Podemos explicar, com maior detalhe, aquilo que pensamos sobre cada um dos itens acima apresentados. Não são questões de simples resolução. Mas não julgamos que seja imprescindível pagar a pessoas de Lisboa para o fazerem. Afinal, quem conhece melhor as nossas necessidades, os nossos pontos fortes e as nossas fraquezas senão as pessoas que aqui vivem o dia a dia?

Tudo isto é concreto. Tudo isto é real. E é disto que nós precisamos. Precisamos de acções concretas para inverter a actual estagnação. É nestas acções que se deve investir o orçamento autárquico. Não nas coisas imateriais que, como o Senhor afirma, são a sua obra. E não fique à espera que as pessoas façam o seu trabalho e o da sua equipa. Para além de ser inviável, fica-lhe mal!

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(*) o orçamento da receita da CMAS foi, para o ano de 2007, de 16.918.232,80 €uros.
Junte-lhes os orçamentos dos restantes anos e tente perceber onde é que foi parar o dinheiro.

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