14 de julho de 2008

a escola de que nós precisamos

A Escola Secundária tem sido alvo duma atenção especial, desde há uns tempos para cá.
Estamos de acordo de que a Escola seja debatida, apoiada e estimulada.
Há muito a fazer.
Resta saber se aquilo que está a ser feito vai ao encontro das necessidades dos nossos estudantes em particular e da comunidade em geral.

Há dúvidas sobre o assunto.
Falemos hoje dum facto concreto.

No ano lectivo anterior, o Ministério da Educação, através da Inspecção-Geral da Educação, realizou um estudo na ESAS sob o tema "Efectividade da Auto-Avaliação das Escolas".
A autonomia duma escola só é possível se existir um sólido processo de autoavaliação. Só assim é possível identificar os aspectos menos positivos, agindo de forma a inverter a situação. Só assim é possível identificar os processos que correm bem e aplicar as boas práticas noutros processos da vida escolar. Só assim é possível ser, responsavelmente, autónomo.

Acontece que o relatório da Inspecção-Geral da Educação produziu resultados preocupantes. Ei-los:
  1. foram avaliados 5 parâmetros
  2. a avaliação podia variar de 1 - Não Satisfaz até 4 - Muito Bom
  3. parâmetro "linhas orientadoras e padrões de qualidade" - classificação:1-Não.Satisfaz
  4. parâmetro "planeamento e implementação das actividades de auto-avaliação" - classificação:1-Não.Satisfaz
  5. parâmetro "planeamento e implementação de acções de melhoria" - classificação:1-Não.Satisfaz
  6. parâmetro: "recursos humanos" - classificação:2-Satisfaz
  7. parâmetro: "recursos financeiros e físicos" - classificação:2-Satisfaz

Ou seja, embora os recursos (humanos, financeiros e físicos) sejam satisfatórios os restantes resultados são 100% negativos (todos 1 - Não Satisfaz).

Acontece que, o mesmo estudo já tinha sido realizado pela mesma entidade há dois anos lectivos atrás. Nessa altura foram considerados 9 parâmetros. Todos eles tiveram avaliação 1 - Não Satisfaz com excepção para os "recursos humanos" e os "recursos financeiros e físicos" avaliados com 2 - Satisfaz. Repetiu-se o insucesso!

Não se verificou, segundo estes relatórios, uma reacção positiva da Escola em tempo útil (relativamente aos processos identificados). Não houve sequer 1 parâmetro que saísse da situação de Não Satisfaz (o mais baixo degrau da classificação)!

Isto é inquietante. Principalmente quando conjugado com outros aspectos inerentes ao processo educativo (alguns já abordados aqui, no Alcácer do Sol).

É necessário mudar.

Precisamos duma escola que lidere processos de mudança, com lealdade, competência e capacidade de sacrifício. Que valorize o mérito e o esforço, sem autoritarismos bacocos e com o envolvimento de todos, aceitando a diversidade em vez de procurar unanimismos. Que forme jovens responsáveis e capazes de enfrentar, com sucesso, os desafios do futuro.

Precisamos duma escola em que os alunos sintam prazer naquilo que fazem. E que ajam duma forma activa, com curiosidade permanente e espírito de iniciativa, na busca de resultados concretos. Que se orgulhem dos resultados que alcançam, individual e colectivamente. Que não estudem por estudar, nem trabalhem por trabalhar. Que sejam fiéis a si mesmos, críticos e interventivos.

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imagem do interior da escola

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