12 de julho de 2008

levante-se do chão

O Notícias do Litoral desta semana publicou um artigo de opinião assinado pelo Vice Presidente João Massano.
Lemos o artigo com atenção. Gostamos de saber o que têm para nos dizer as pessoas que dirigem os destinos de Alcácer do Sal.
Não descobrimos nada de relevante.
Explicamos porquê.
Todos sabemos que Alcácer permanece num abominável estado de estagnação. Isto não é novidade para quem quer que seja.
Perante este cenário, qual foi o caminho escolhido pelo autor do artigo? Confirmar esta evidência, agarrando-se ao passado tentando encobrir aquilo que não se faz por cá.
Esta é, em nossa opinião, a posição dos fracos, dos impotentes e incapazes.
O que nós precisamos é de pessoas com capacidade de visão e de concretização. Precisamos de conceber e executar obras concretas, materiais e coerentes que invertam a actual situação.
Precisamos de falar, projectar e agir colectivamente em direcção ao futuro.
O passado já foi. O futuro começa agora.
Com choros e choradinhos não vamos lá.
Mas com vontade, saber e inteligência podemos alterar esta actual desolação que é Alcácer do Sal.
Sejamos concretos (falamos do artigo referido):

  1. É apresentada a questão do envelhecimento e do decréscimo da população. A questão é importante. Mas falta uma resposta: que medidas concretas, realistas e eficazes é que o actual executivo implementou, nestes quase 3 anos de mandato, para inverter esta situação? E que medidas está neste momento a estudar para levar a efeito a curto, médio e longo prazo?
  2. É apresentada a questão do analfabetismo. Pois bem, a grande maioria dos analfabetos tem muito mais de 30 ou 40 anos. Mas, lendo o artigo, fica a sensação que este indicador se deve às políticas pós 25 de Abril. E que, nesta questão, o regime da ditadura não teve responsabilidade no facto. Isto é querer tapar o sol com a peneira.
  3. Ainda sobre o analfabetismo, que agora, no século XXI, evoluiu para iliteracia. Quando se fecham escolas pelo concelho fora, quando se obrigam os alunos de 10 anos (e mais) a saírem de casa antes das 08:00 da manhã para só regressarem ao pôr-do-sol, quando se prometem obras nas escolas e não cumprem as promessas, quando cada vez mais alunos optam por escolas exteriores ao concelho e não se reage, quando aparecem os programas das novas oportunidades como sendo uma grande solução para o processo educativo da nossa população, quando falta repetidamente papel, tinteiros e outro material nas escolas do 1º ciclo, etc., etc. quando tudo isto acontece com a anuência do actual executivo camarário, que legitimidade fica para se desculparem com outros? Será assim que se vai reduzir a iliteracia na nossa terra?
  4. A falta de empresas sediadas no concelho é outro aspecto importante que também é abordado. Mas aqui também se repete a pergunta feita no ponto 1. Que fez este executivo, de concreto, aplicável e realista para permitir captar empresas de média e grande dimensão? Quantas empresas já trouxeram para o concelho? E quantas deixaram fugir, por falta de condições? E que acções estão a desenvolver para tornar esta terra realmente atractiva do ponto de vista empresarial? Conhecemos o mundo empresarial. Até agora estamos desiludidos com as acções de fachada que temos visto.

Observemos outros factos, outras perspectivas, da realidade do nosso concelho.

Este executivo aceitou, obedientemente, um investimento público (PIDAC) de 4.500 €uros para o Concelho em 2008. Já que estamos em maré de comparações, lembremo-nos que a Grândola foi atribuída a verba de, pelo menos, 7.900.000,00 €uros (no mesmo programa no mesmo ano). Porque não falar em corrigir e compensar este facto, que só pode ser um erro?

O QREN está a decorrer há já algum tempo. Não seria preferível falar das candidaturas que já foram apresentadas? Há programas em que a entrega de candidaturas já encerrou. Porque não se concentram energias nesta importante forma de financiamento para projectos estruturantes? Onde está a visão?

Falta pouco mais de um ano para as próximas eleições autárquicas. Porque não se fala nos objectivos que falta atingir, até ao fim do mandato, para que fiquem cumpridas as promessas eleitorais?

Um mandato - 4 anos - é insuficiente para resolver os nossos grandes problemas. Porque não se trabalha, abertamente, num projecto a longo prazo, que responda às debilidades actuais e tire partido da situação em que estamos inseridos. Porque não nos concentramos em transformar as nossas fraquezas em fortalezas, em vez de nos lamentarmos? O Plano estratégico já apresentado está mal concebido, foi mal discutido e não está suficientemente desenvolvido. Para além disso deveria ser um documento de análise e avaliação contínua. O que não acontece. Desta forma, as mudanças necessárias jamais ocorrerão em tempo aceitável e de forma positiva.

Já criticámos, no passado, muitas acções dos antigos executivos. Mas o passado já passou. O que agora nos interessa é o futuro. Estamos fartos de ouvir discursos de políticos que tentam encobrir as suas incapacidades com heranças recebidas. É lógico que o passado condiciona o presente e o futuro. Isso sempre assim foi e sempre assim será. Em todas as situações. Mas isso não pode ser impeditivo de se apresentarem e discutirem ideias, planos, projectos e acções concretas. Porque, tal como o Presidente Paredes afirmou, "há dinheiro e o executivo anterior não nos deixou uma situação financeira complicada". Ou seja, não há espaço para desculpas!

Mas, acções concretas são coisas que este executivo quase não tem para apresentar. Sem falta de dinheiro e com uma maioria absoluta têm feito pouco, muito pouco, e ineficientemente. Remedeiam o facto quando conseguem comprar tudo feito, geralmente a empresas de fora. Disfarçam com feiras e festas, desprezando acções estruturantes para o concelho. Desperdiçam oportunidades. Não traçam rumos, não definem orientações. Navegam à vista.

É por estes motivos que, sem obra para apresentarem, insistem teimosamente em desculpar-se com o passado.

Mas, a solução do problema está no futuro!

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