A nova Escola Secundária de Alcácer do Sal tem sido alvo duma atenção especial deste executivo.
Nesse processo, o ministério da educação obrigou o município a aprovar uma carta educativa para o Concelho.
A nova escola será construída com base nas necessidades identificadas nessa carta educativa. Motivo pelo qual fomos ler o documento.
Ficámos preocupados.
Explicamos porquê.
- A população do Concelho está a diminuir a um ritmo de 0,16% ao ano. Ou seja, entre 1991 e 2001 a população decresceu de 14.512 para 14.287 indivíduos, o que dá 1,6% em 10 anos.
- Estão em construção, na região, vários empreendimentos turísticos de média e grande dimensão. Sabe-se que a população residente não satisfará as suas necessidades de mão-de-obra. Pelo que são esperadas pessoas, vindas de fora, para o preenchimento de muitos dos postos de trabalho. Estas pessoas, ao fixarem-se na região, farão crescer a população activa (para trabalharem cá) e, consequentemente, a população estudantil (seus descendentes).
- É necessário formar, localmente, profissionais capazes de responderem às necessidades de trabalho na região. Ou seja, é importante estimular os nossos jovens a estudar, evitando que estes tomem opções com difíceis saídas profissionais.
- Pelos mesmos motivos e como um objectivo a médio prazo, é ainda imprescindível estimular, efectivamente, a natalidade. O que nem sequer se ouve falar.
Perante estes factos observamos os dados da carta educativa relativos à Escola Secundária de Alcácer do Sal - ESAS. E o que observamos foi:
Mostra que, embora os alunos permaneçam (em média) mais tempo na escola (porque reprovam mais) a população escolar da ESAS vai continuar a diminuir! (ver gráfico abaixo). As projecções apresentadas na carta educativa mostram uma Escola Secundária a definhar, a mirrar, ano após ano. Só poderá haver aqui um grande erro. Alguém está enganado na condução dos destinos deste concelho.
É necessário entender o motivo pelo qual há cada vez menos alunos a inscreverem-se no 10º ano. Não nos referimos aos que deixam de estudar, mas aos que optam por outras escolas, externas ao concelho. Conhecemos vários. Têm as suas razões. E se nada mudar, muitos outros se lhe juntarão. Se não conseguirmos manter os nossos jovens ligados à nossa terra nesta fase da sua vida, corremos sérios riscos de os perder para sempre, como elementos activos na nossa sociedade local. Com custos elevados. E, ainda por cima, quando temos falta de pessoas qualificadas...
É preciso valorizar a formação das pessoas!
Nós temos, efectivamente, outra opinião. Porque acreditamos que é preciso fazer mais e melhor. O que está ao nosso alcance. Basta querer, saber e lutar por valores que nos dignifiquem a todos.
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NOTA: os dados apresentados foram retirados, sem excepção, da carta educativa.
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