1 de julho de 2008

estórias de Portugal de hoje

Foi hoje divuldado o breve arquivamento do processo judicial Madie, a pequena Inglesa desaparecida no Algarve. Já todos nós esperavamos por este desfecho. Foi, talvez, a investigação policial mais cara de Portugal. Foi a mais mediatizada. Envolveu o governo central. Para não se chegar a nenhuma conclusão.
Ninguém estranhou.
A justiça não funciona no nosso país. Porque é que agora seria diferente?
Ao mesmo tempo, é divulgado o facto de que há falta de médicos em Portugal. Para resolver o problema, a nossa ministra da saúde propõe ir buscar médicos ao estrangeiro. Ficamos embasbacados! Descobriram agora que há falta de médicos? Mas há tantos e tantos estudantes, brilhantes, espalhados por Portugal fora que gostariam de seguir medicina. E só não o fazem porque a sua média escolar é de 17 ou 18 valores (em 20)! O que os impede de ingressarem no curso que mais desejariam... Alguns, com mais posses, vão estudar para o estrangeiro, onde são bem acolhidos e têm sucesso. O governo sabe fechar hospitais, centros de saúde, maternidades, etc. e não sabe que é necessário formar mais médicos? Mal vai a saúde neste país.

O assunto acaba por nos levar para a política da educação em Portugal. O ministério da Educação anda obcecado com os professores, fecha escolas, junta o 1º ao 2º ciclo (com consequências negativas para os mais novos), põe crianças a deslocarem-se muitos kilómetros para irem à escola, separando-as da sua família e do seu meio social (há muitos que saem da sua terra às 8 da manhã para só regressarem às 5 ou 6 da tarde)... numa autêntica jornada de trabalho ... infantil. Vendem-lhes computadores portáteis a preço de saldo. Mas não os ensinam a utilizá-los plenamente. Pressionam e penalisam os professores mais exigentes e mais profissionais. Fazem exames fáceis, pretendendo com isso dados estatísticos convenientes. Comprometem a preparação dos jovens para enfrentarem um futuro que se assume como cada vez mais difícil.
Depois, aparece o Ministério da Educação 2, (do ensino superior) que se esquece das necessidades de formação de médicos. Mas não é só em Medicina que há falta de profissionais qualificados. Em contraste há outras áreas em que se formam muitos alunos sem saídas profissionais. Agora desempregados. Triste política de educação...

Podíamos falar de mais coisas, no Portugal de hoje.
Mas num país em que a justiça, a saúde e a educação mostram tamanhas fraquezas, já está tudo dito.
Num Portugal, em crise profunda, com um governo que se orgulha da redução do IVA em 1%. E nada faz para combater a especulação nos preços dos combustíveis...

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