12 de julho de 2008

robinho dos petróleos

Toda a gente sabia. Mas, oficialmente, nunca tinha sido assumido.
O governo acabou por confirmar que a Galp beneficia de acções especulativas. Chamou-lhe lucros extraordinários. Calculou-os. O resultado ultrapassou os 400.000.000,00 €uros só para 2008.
Esta crise não é, seguramente, para todos. Durão Barroso liberalizou o preço dos combustíveis assegurando que a medida permitiria baixar os preços. Perante os factos, ficamos sem saber se Durão Barroso se enganou, se foi enganado ou ambas as coisas.

Eis então que o actual governo decide agir para corrigir a situação. E resolve cobrar uma taxa de 25% sobre estes lucros extraordinários. Ou seja, cobra cerca de 110.000.000,00 €uros à petrolífera. E deixa-lhe, para seu próprio regalo, a modesta quantia de 330.000.000,00 €uros, cobrados aos clientes finais de forma pouco aceitável.
A especulação compensa! E Portugal perde em todos os aspectos.

Temos um governo à medida das empresas, que relega para plano secundário a maioria dos cidadãos (excepções para os muito ricos e os muito pobres...).
Nós vamos continuar a pagar o combustível a preços especulativos.
A realidade não vai mudar. Nem para a grande maioria dos Portugueses, nem para a Galp.

Vejamos, novamente, o detalhe dos preços dos combustíveis (pode ler outro artigo do Alcacer do Sol, sobre este assunto, publicado em 23/4/2008).
Em 2002, o petróleo comercializava-se no mercado internacional a 77 €uros o barril.
Actualmente, o petróleo comercializa-se, no mesmo mercado, a cerca de 89 €uros o barril. (*)
Isto corresponde a um aumento de apenas 16 % desde 2002 até hoje - 6 anos!
E nós, nas bombas, pagamos aumentos escandalosamente superiores em nome de quê?
Não é nome de Portugal, nem do seu desenvolvimento.
É em nome dum mercado.
Porque os interesses das empresas não podem ser atacados.
Princípio oposto é aplicado aos cidadãos, sempre que são revistos os seus direitos (excepção para os muito pobres, não vão eles perder a cabeça e fazerem disparates - o que seria uma chatice).
.

Que fará o governo relativamente a outros produtos que também são vítimas de ataques especuladores? Falamos, por exemplo, dos produtos alimentares e de algumas matérias-primas.
.
Que fará o governo às empresas que pagam uma taxa de IRC que é menos de metade da taxa cobrada à generalidade das empresas? Falamos, por exemplo, do sector bancário.
.
Que fará o governo para defender os interesses dos cidadãos e o desenvolvimento do país?

..............................................................
(*) - atendendo a que a cotação do dólar ronda os 1,57 €uros e que o preço do petróleo anda à volta dos 140 dólares por barril

Sem comentários: