24 de abril de 2009

as palavras de Pedro Paredes

O Sr. Presidente Paredes ganhou as últimas eleições convencido de que tinha uma equipa capaz de governar o mundo...
Já passou algum tempo, e os factos teimam em contrariar a ideia que o Sr. Presidente tinha dele mesmo e da sua equipa. A ponto das suas palavras confirmarem este facto.
Comecemos pelas suas palavras iniciais:

Em Março de 2006, na folha de Alcácer, o Sr. Presidente afirmava:
" resta provar que [a equipa do executivo] também sabe planear, a longo prazo, com método e ponderação."

Dois meses depois, noutra folha de Alcácer, o Sr. Presidente afirmava:
"terminou o tempo do improviso. Agora é tempo de planear iniciativas, de definir estratégias, de trabalhar de forma metódica e organizada".

Um ano depois, ou seja, em Março de 2007, também na folha de Alcácer, o Sr. Presidente afirmava:
"o tempo do improviso terminou. Agora já não se trata de 'apagar fogos' mas antes de planear as nossas acções".


Passados mais de dois anos após estas lindas frases, a realidade mostra que as palavras de Pedro Paredes não eram para levar a sério.


Podíamos citar muitas outras afirmações inconsequentes.
Sobre o Mercado Municipal,
o canil,
a casa mortuária e o cemitério,
a ETAR sul,

a canoagem,
etc., etc... (podemos fornecer uma lista mais exaustiva)


Podíamos citar muitas acções tristemente célebres:
Sobre incumprimentos dos prazos,
embargos,
desporto aventura,
PDM e os Planos de Urbanização,
cine-teatro,
etc., etc... (podemos fornecer uma lista mais exaustiva)


Mas vamos, por agora, destacar alguns trechos muito recentes, retirados da sua entrevista ao Diário do Sul a 13/4/2009.
Vejamos:


Perguntava-se "Como tenciona tirar partido destas oportunidades, apesar de Alcácer não ter praia?". A resposta passou por:


"Os que nós queremos é fazer um apoio de retaguarda, que nos fica muito bem. É esse tipo de apoio que eu prefiro....Espero que entre vinho, arroz, sal e azeite que consigamos dinamizar a nossa economia."


Um apoio de rectaguarda é o mesmo que andar atrás de qualquer coisa.
Julgamos muito mais válido apostar em acções liderantes, tendo por base as nossas vantagens competitivas, a criatividade e a diferenciação, em vez de nos limitarmos ao apoio de rectaguarda (que também não deve ser desprezado) atrás de quem quer que seja.


Por outro lado, referir apenas o sector primário como o motor da nossa economia é redutor.
O sector secundário é fundamental e não pode ser esquecido.
Para quem diz que vai ampliar a ZIL, porque o espaço actual está esgotado, e depois ignora a indústria como um dos polos para o desenvolvimento revela, no mínimo, incoerência ao nível do discurso.
Não referir directamente o sector terciário na breve análise sobre as oportunidades disponíveis, é uma falha inadmissível para quem tem a responsabilidade de gerir o território.
A dinamização da economia é bastante mais complexa do que aquilo que transparece das palavras de Pedro Paredes.


À pergunta:

Como é que esse futuro se mede em termos de sucesso? Pedro Paredes respondeu:

"Se os agricultores conseguirem ter melhores rendimentos, através destas novas vinhas e olivais, se somarmos a isso a organização de provas equestres e outros eventos, isso é futuro."


Pedro Paredes volta a insistir no sector primário esquecendo outros vectores da economia. Deste modo, o futuro desenhado à imagem das palavras do actual Presidente só pode ser medido em termos de fracasso e nunca de sucesso.
As feiras e as festas, ou os eventos como lhe chama, são apenas uma pequena parcela do sector terciário (que globalmente é esquecido) e assentam na máxima romana do "pão e circo para o povo". Alcácer merece mais!


E à pergunta:

No seu entender que marca deixa neste mandato? A resposta foi:

"São coisas pequenas, mas deliciosas. Olhe, são coisas tão simples como meter um corrimão num sítio onde havia um idoso que tinha dificuldade em passar...

A pavimentação da zona histórica também merece ser destacada...
passámos de pedra de basalto, que dá uma circulação pedonal menos eficaz, para pedra de calcário, que dá uma clivagem mais recta.
Também mexemos na rede de águas."



Esta resposta tem um comentário muito simples: lembrem-se do que prometeram e vejam o que fizeram.
Corrimões?
Pavimentos?
Clivagem mais recta das pedras?
Isto são obras de manutenção.
Mas o desenvolvimento exige inovação, criatividade, criação, concretização.
De novo, de realmente novo, daquilo que vai muito mais além de melhorar o que já existe e que marca a diferença, nada foi feito.
Isto não é mudar.
É manter.
Isto é vazio de ideias, incapacidade de concretização, incompetência.


Poderíamos falar de muitas outras coisas ditas nesta entrevista.

De que uma Alcácer social, ambiental e urbanisticamente protegida é muito mais importante do que uma Alcácer selvagem, com um Sado sujo, com muitas obras prometidas mas muito poucas concluídas.

De que o urbanismo de proximidade não substitui nem tira importância ao Urbanismo, na verdadeira acepção da palavra. Que as questões "do cantinho, do remate, da concordância do lancil" não passam duma triste e pobre miglha no Urbanismo levado a sério!

De que é triste ver tanto amadorismo e tantas peneiras para tentarem tapar o sol.

Alcácer merece mais!

7 comentários:

Anónimo disse...

parafraseando os gatos fedorentos, Pedro Paredes é uma espécie de magazine...

Anónimo disse...

Não bata mais no homem, não é preciso porque já todos sabemos o que é que ele vale.
Conhecemos a incapacidade dele e
não dá mais faça o que se fizer.
Ele bem se emproa, parece um pavão, mas se lhe tirarem as penas fica como um pardal numa gaiola.
Ele já era.

Anónimo disse...

Porque é que o meu amigo não se candidata à presidência da Câmara? É de gente assim que precisamos... é tudo tão fácil e linear para si! Não tenho duvidas que resolveria os problemas todos do concelho num ápice.
Ah, quanto à aposta no sector primário... é por não se apostar nele e até destrui-lo sistemáticamente a nível nacional que o país está como está. Agricultura, pescas... um sector que é a base da pirâmide está como está. Portugal é um país de serviços, dizem estupidamente, sem se darem conta que o país já importa mais de metade do que se consome. Portugal é cada vez menos auto-sustentável. Sendo o concelho de Alcácer do Sal um concelho vasto, rico em recursos hidricos e terras férteis e sendo predominantemente rural tem razão o Presidente Paredes quando afirma que se deve apostar no sector primário como base da economia local. Pena que algumas pessoas inteligentes não percebam isso ou se calhar têm aversão ao trabalho no campo porque isso dá cabo do corpinho. Quando assim é...

Alcácer do Sol disse...

Se me candidato ou não ao que quer que seja é uma questão da minha responsabilidade e você não tem nada a ver com isso. Não lhe pedi nenhum conselho.
Sou um cidadão e tenho direito à minha opinião.
Tenho direito a indignar-me perante a incapacidade e a incompetência.
Tenho direito a denunciar aquilo que em minha opinião é negativo, redutor ou mesmo inibidor numa sociedade que se desaja justa, equilibrada e solidária.
Tenho o direito de protestar contra quem tem vista curta.
Como é o seu caso.
Leia aquilo que escrevi e diga-me onde é que eu me insurgi contra o apoio ao sector primário.
O que eu disse, volto a dizer, e você não conseguiu (ou não quiz) perceber é que apostar unica e simplesmente num sector (neste caso o primário) é redutor e só pode levar ao fracasso.
Já os nossos avós diziam que nunca se punham os ovos todos no mesmo cesto...
Há quem lute para resolver problemas.
Outros há que criam problemas que terão que ser resolvidos posteriormente.
Olhando para os discursos do Pedro Paredes verifica-se que numa altura aposta-se na agricultura, noutra altura aposta-se no turismo, depois é na industria ( a nova ZIL), e também no desporto aventura, para não falar nas empresas da noite, da dança, da arqueologia... ou na mudança das pedras da calçada porque a clivagem das pedras é diferente!
Isto é navegar à vista.
Isto é não ter visão estratégica.
Isto é brincar com coisas sérias.
Não é gerir.
É incompetência.
E custa caro.
Só que ninguém contabiliza estes custos.

Passe bem e alargue os seus horizontes!

Anónimo disse...

Nunca, neste blog, foi dito que os problemas são fáceis de resolver!
Nunca se subestimou o sector primário.
Se acha que sim, exemplifique em vez de "mandar bocas", pois isso é muito feio e revela falta de verticalidade e respeito, por si, e pelos outros.
Quando este executivo chegou ao "PODER" havia grandes espectactivas em relação ao que iria ser feito.
Quando se constatou, por factos comprovados e não por bocas parvas, é que se começou a duvidar do desempenho de tão estranha equipa!
E não me venha dizer que não está de acordo!!!!!
Até pode ser do PS, nunca aqui foi posta questão partidária para justificar a incompetência, não tem nada a ver... mas por favor, acorde (ou tem muito a perder se o fizer?)!!!!!

Anónimo disse...

Pois os recursos hídricos são importantes e entenda-se por recursos hídricos as águas superficiais e as subterrâneas.
Em relação às superficiais o que foi feito?
FIZERAM ALGUMA COISA PARA DESPOLUIR O SADO, A RIBEIRA DE SANTA CATARINA, O RIO XARRAMA, etc....
Os esgotos continuam a ser despejados no SADO(embora digam que há projecto e dinheiro para fazer a ETAR), PORQUÊ?

Os cadáveres das vacas não se retiram do SADO porque os peixes precisam de comer....ou porque dá muito trabalhinho e os responsáveis não estão para isso?????

Em relação à subterrâneas, não tenho conhecimento que tenham sido feito esforços para determinar a sua qualidade (excepto as para consumo público, cuja qualidade foi sempre controlada), só sei que têm andado a reboque das queixas que aparecem e a culpabilizar quem não devem!

Você diz que Portugal é cada vez menos auto-sustentável, estou de acordo, e acrescento que este executivo é cada vez mais insustentável!

Anónimo disse...

AGORA ANDAM NUMA DE ALCATRÃO.....