31 de maio de 2008

miragens no deserto das ideias

Hoje, a câmara municipal enviou uma mensagem por telemóvel aos Alcacerenses (aderentes do sistema de sms da cmas). Referia-se aos novos transportes urbanos de Alcácer do Sal. E convidava as pessoas a participar, amanhã, na viagem inaugural.

Acontece que os transportes urbanos em causa já estão em funcionamento há vários anos! Tanto que foram criados pelo executivo anterior... e não mudam.
O que é confirmado oficialmente. Vejamos.

Notícia da folha de Alcácer de Março: "...não se registarão alterações nos percursos e paragens".
"O serviço é rigorosamente o mesmo, a única coisa que muda é que os autocarros vão ser brancos...Circuitos e paragens não muda nada."declaração do Presidente Paredes registada em http://www.mirasado.pt/ , Fev 2008.

Como é possível falar em novos transportes urbanos de Alcácer do Sal se nada muda para os utilizadores? As paragens, os circuitos e os horários são os mesmos. Os autocarros actuais (que foram estreados neste serviço) são substituídos por outros novos. E continuam a ser de borla.


Então, onde estão os novos transportes urbanos?
Resposta: Os novos não existem, porque são os "velhos".

Ao não introduzir melhorias ao funcionamento da rede de transportes, a câmara demonstrou, uma vez mais, a sua incapacidade.
Decorreu o tempo, mais do que necessário, para recolherem dados, avaliarem a situação, identificarem oportunidades de melhoria, planearem a sua execução e implementarem as acções. Porque há muito a fazer para melhorar o serviço. E não mudar significa não evoluir, estagnar, decair.
Então porque não o fizeram?
Porque não sabem fazer melhor, achamos nós. E chegamos a essa conclusão ao analisarmos os resultados apresentados - ou a falta deles.
Neste caso, a única acção visível foi entregar o serviço a privados (*)

Carga a mais para esta gestão autárquica?

Tudo isto tem uma explicação. E sobre isso nós temos uma opinião. Ei-la:

É um facto que esta câmara não consegue fazer obra que se veja.
A confrontação com esse facto causa nervosismo e desconforto aos responsáveis pela gestão autárquica.
O nervosismo tolda as almas e deforma o raciocínio.
Sendo possível atingir-se o desespero, em situações mais avançadas.
Aí perde-se a razão. É-se dominado pela emoção. E aparecem, frequentemente, as decisões irracionais. Com consequências negativas, que também afectam o autor da decisão. É aquilo que se costuma chamar um tiro no pé. Uma coisa frequente naqueles que, ao fazerem a travessia do deserto, têm miragens falsas dum oásis salvador.

E o que são os "novos" transportes urbanos senão uma miragem irrealista, de quem atravessa um deserto de ideias?

(*) - sobre as contas e os custos do serviço falaremos noutro artigo

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