19 de maio de 2009

falando do nosso dinheiro

Alcácer atravessa um período de crise profunda e prolongada.
Minimizar os seus efeitos, ou mesmo anula-los, passa por opções objectivas na administração dos nossos recursos.
Os dados que nos são dados a conhecer deixam-nos intranquilos.
Vejamos.

As receitas da cobrança de impostos directos não param de aumentar:
  • de 2005 a 2008 (em 4 anos) aumentaram 131%
  • de 2007 para 2008 ( no último ano) aumentaram 20%
  • nunca houve tanto dinheiro para investir, mas não há obra que se veja; não se percebe para onde vai o dinheiro... o que se estará a passar? Que estratégia está a ser seguida?

Representação gráfica referente aos impostos directos; fonte: relatório de gestão da CMAS


Nas receitas acima referidas, inclui-se o IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis.
O IMI foi alvo duma redução da taxa. O que originou uma grande propaganda por parte da Câmara. Mas parte da propaganda apresentada é contrariada pelos números. Vejamos:
  • as receitas do IMI cresceram, entre 2005 e 2008 (nos últimos 4 anos) 58%

  • com a nova taxa aplicada ao IMI, as receitas tiveram a irrisória diminuição de -0,6%

  • o que contraria o "esforço financeiro" propagandeado pela CMAS - 0,6%. A que correspondem 6 mil euros a menos? O que é isso? Meio passeio destruído? Uma viagem à Madeira, mais outra acolá?... O que são menos 6 mil euros num orçamento de 20 milhões?

  • afinal, o apoio e os estímulos dados pela CMAS à população de Alcácer não passaram de migalhas; o dinheiro continuou a entrar mas não se vê a ser aplicado duma forma rentável e duradoura... as pessoas continuaram a pagar.

Representação gráfica referente às receitas do IMI; fonte: relatório de gestão da CMAS


A crise afecta as pessoas e as empresas. E, relativamente a estas últimas, a Derrama - que também integra os impostos directos - tem um efeito concreto e decisivo. Podendo estimular ou desincentivar investidores e empresários.
Houve estímulos orientedos para as empresas através da diminuição da taxa da Derrama?
Vejamos o que dizem os números.
  • a derrama cresceu, de 2006 a 2008 (três anos) 193%

  • a derrama cresceu , de 2007 a 2008 (um ano apenas) 171%

  • bem podem alegar que uma alteração legislativa originou este facto; não vale a pena; tinham obrigação de agir preventivamente, em antecipação, e atenuar os efeitos negativos das decisões do governo central; houve muitas outras autarquias que o fizeram; aqui parece que não há dinheiro que os satisfaça... e continua a não se ver qualquer obra estruturante em curso; para onde tem sido canalisado todo este aumento de receitas? 

Representação gráfica das receitas referntes à Derrama; fonte: relatório de gestão da CMAS


Do ponto de vista global, as receitas correntes subiram continuamente em ritmo elevado:

  • aumentaram 39% nos últimos quatro anos

  • aumentaram 15% no último ano


Representação gráfica das receitas correntes da CMAS; fonte: relatório de gestão da CMAS

É inevitável repetir a pergunta:

Com as receitas a crescerem desta forma, para onde vai o dinheiro, se não se vê obra feita neste mandato?
Serão obras imateriais que não conseguimos ver?
Ou resume-se tudo a reparações e manutenção do que já existia, com grande destaque para passeios, alcatrão, lancis e corrimãos? Resume-se tudo ao urbanismo de proximidade?

É muito pouco.
É muito pobre.

Não cumpriram a sua palavra.
Exemplos não faltam...
PDM
ETAR sul
Largo da Feira
Pavilhão da Feira
Largo Luís de Camões
Casa Mortuária
Cemitério
ZIL
Canil
Mercado Municipal
Estrada da Ameira
Estrada da Foz
Estrada da EPAC
Reabilitação do Sado
Desportos Naúticos
Parque de merendas do Morgadinho
Escola dos Açougues/Morgadinho
Cine-Teatro
Turismo
Criação de emprego
Dinamização económica
Quartel do Bombeiros
Planos de Urbanização
Museu Pedro Nunes
ZIL
Regulação do estacionamento automóvel e aumento dos lugares para parqueamento
Conclusão do muro da vergonha (falta o 3º troço que está cheio de erva)
actividades arqueológicas paradas ou embargadas
redução de 30% no valor das bolsas de estudo
Edifício da sopa
etc...
etc...

Não nos incomoda o aumento de receitas da autarquia.
O que nos incomoda é a forma como esse dinheiro está a ser gasto.
Pelas razões que temos vindo a apresentar neste espaço.


ALCÁCER MERECE MAIS!

Fonte: relatório de gestão emitido pela CMAS

2 comentários:

wolf disse...

O Alcácer do sol fez uma listagem exemplar daquilo que "foi falado fazer" e do resultado objectivo que é nulo. realmente o dinheiro tem desaparecido quase por magia e na realidade não se sabe bem em quê! As festarolas e os fogos de artifício consumiram verbas importantes mas só por si não foram suficientes para esgotar os recursos! então onde está o dinheiro se não há obra que se veja? Como sabem este executivo fez um esforço importante em renovar a frota automóvel! As viaturas de serviço afectas à vereação já foram substituídas!Os carros de serviço,são abusivamente utilizados ao fim de semana, férias e o combustível serve estes carros e mais os das respectivas famílias. Depois existem os cartões de despesas pessoais, que servem para pagar os almoços das amigas e as compras do supermercado. A inspecção que decorre na Câmara deveria deter-se mais por estes meandros.

calicida disse...

a câmara nunca teve tanto dinheiro para gastar.
e o que faz?
alcatrão, calçadas e festas.
e o desenvolvimento?
e as promessas feitas?
e a falta de vergonha?